quinta-feira, 21 de julho de 2011

MISSÃO COMO ESTILO DE VIDA

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século.”
(Mt 28.19-20)

A obra missionária é, primeiramente, um trabalho do Deus Trino: “Ide... batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19, grifo nosso). Missão é a obra divina que emerge da própria natureza de Deus. O Deus da Bíblia é um Deus que “envia”; eis aí, portanto, o significado da palavra. Ele enviou os profetas a Israel, e enviou seu Filho ao mundo. Este, por sua vez, enviou os apóstolos, os setenta e a Igreja. Enviou também o Espírito Santo à Igreja, e hoje o envia aos... corações. Assim, a missão da Igreja resulta da própria missão de Deus, e nela tem de ser modelada.

A missão da Igreja é a continuação da missão de Jesus. A missão do cristão é glorificar a Deus e anunciar a glória do Senhor aos povos, porque os frutos são garantidos pelo Senhor da missão. Deus elege para salvação e o crente anuncia para a glória de Deus. A Igreja tem vocação missionária. Vocação que começa em Abraão. Não é a partir da Grande Comissão em Mt 28.19-20 que começa a responsabilidade da Igreja. É a partir da vocação de Abraão que, segundo a promessa de Deus, tanto seria abençoado como seria uma bênção para outras nações: “Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei... sê tu uma bênção... em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.1-3).

A palavra “ide” no grego não é um verbo no imperativo, mas um particípio significando “indo”, ou “enquanto estejam indo”. O termo usado “hebraisticamente” tem o sentido de “forma de viver”. Ou seja, a missão tem de ser vista como a razão da Igreja, a filosofia de vida do povo de Deus. Trata-se de uma forma de falar coerente com a forma de viver. Significa que quem vai fazer discípulos vai como discípulo; quem batiza vai como batizado; e quem educa vai como quem foi educado de acordo com as coisas que Jesus ensinou. As palavras “batizando” e “ensinando” também são particípios. O único verbo no imperativo é “fazei discípulos”, que no grego é uma palavra só “discipulem”. A expressão “todas as nações”, no grego é “pants tá ethne”, que não significa necessariamente países, mas sim, grupos de povos, “povos étnicos”.

O texto de Mt 28.19-20 não é “uma mera missão” que abaliza a ideia de que a preocupação principal da Igreja deve ser o convertimento de pessoas e o estabelecimento de igrejas. Biblicamente falando, é mais do que isso. É um chamado que o Senhor ressurreto faz à Igreja para que ela se dedique e se sagre a formar discípulos que reconheçam seu Senhorio universal , se integrem ao povo de Deus e efetuem a incumbência de Jesus, que inclui todos os aspectos da vida humana. Isto pode ser chamado de missão integral .

Em Atos 1.8 tem-se o entendimento da Pessoa e o trabalho do Espírito Santo como sendo altamente missionário em caráter e propósito: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Ele é um Espírito Missionário que deseja trazer de volta para casa os filhos perdidos de Deus. At 1.8 não é uma ordem e sim uma declaração indicativa, explicando que, após serem cheios do Espírito Santo, os discípulos iriam ser levados a testemunhar da sua fé em todos os lugares do mundo.

Conclui-se, então, que missão não é uma atividade ou alternativa. No entanto, a forma de viver, uma evidência da plenitude do Espírito Santo na vida do verdadeiro cristão.

Nos laços do Calvário que nos une,
Rev. Luciano Paes Landim

LANÇAMENTO DA REVISTA MISSIONÁRIA “MISSIO DEI”

Estamos no mês de aniversário da Missão SAEM. No dia 21 de abril, comemoraremos 18 anos de existência da Sociedade de Apoio Evangelístico e ...