
Alguns entram no pastorado com motivações perigosas que causam prejuízos terríveis ao rebanho. Uns entram procurando adquirir estabilidade financeira, outros buscando status social, outros a necessidade de firmar-se como pessoa, outros o senso de obrigação e ainda outros por falta de opções. Entretanto, a motivação principal na vida de um pastor vocacionado e que tem qualificações bíblicas é o desejo de glorificar a Deus e cuidar do rebanho do Bom Pastor. Ninguém entra no ministério pastoral sem ser chamado e ninguém consegue sair quando é chamado.
Características de pastores sem qualificações bíblicas:
Algumas características de pastores sem qualificações bíblicas são: ausência de vocação, desleixo para com a família, ganância, ambição, descuido com a vida devocional (oração e estudo da Palavra), desprezo ao trabalho de visitação e aconselhamento, envolvimento com as coisas do mundo, descontrole, repreensibilidade, inaptidão para ensinar, violência, avareza, amizade com contendas, politicagem, prepotência, péssimo testemunho dos de fora, etc.
O fato é que há muitos “pastores” sem qualificações bíblicas. Neste artigo, abordarei o tema na perspectiva positiva mostrando algumas características dos pastores bíblicos.
A vocação pastoral:
O ministério pastoral não é uma profissão. É uma vocação sublime acompanhada de missão. Ela é divina (Ef 4.11), pessoal (At 9.15), soberana (Rm 11.34,35), definitiva (Lc 9.62) e eficaz (Rm 8.30). É confirmada pela igreja (At 16.1,2) e imprescendivelmente, por Deus (Jr 1.4-10). Antes de alguém exercer o pastorado deve-se observar se há habilidades (Ef 4.11-12), anseio (1Tm 3.1) e um estilo de vida íntegro (1 Pe 1.15-16). O vocacionado deve corresponder a chamada pastoral com humildade (Mt 11.28-30), obediência (At 26.19) e submissão (1 Co 7.17) confiando totalmente no poder de Deus, tendo sua vida coerente com sã a doutrina e compreendendo que sua comissão vem de Deus, não de si mesmo. Lembrando que sua convicção da chamada lhe conserva firme na rota do seu ministério. Ou seja, a chamada para o ministério não é questão de escolha. Os pastores não escolhem serem pastores. Deus é quem escolhe homens para pastorearem suas ovelhas.
A escola pastoral:
O problema reside no fato de que não estamos preparando pastores, mas “ordenando” pastores despreparados ou não vocacionados. É indispensável, além da vocação divina, que o pastor tenha adequada preparação para desempenhar sua função. A realidade é que os que estão sendo treinados para o ministério defrontam-se com o desafio de determinar o papel bíblico de um obreiro. Ou seja, a preparação para o ministério é uma jornada multifacetada, um processo vasto que incide em diversas fases. O treinamento para o ministério exige o cumprimento de algumas etapas de treinamento destacadas na exortação de Paulo a Timóteo (ver 1Tm 4.12-16): vida moral (1Tm 3.2,3), vida familiar (1Tm 3.4,5), maturidade (1Tm 3.6) e reputação (1Tm 3.6).
O conhecimento bíblico:
Há muitos que estão sendo ordenados pastores sendo que nunca leram a Bíblia inteira nenhuma vez. Oito de cada dez pastores de nossa nação só leem a Bíblia quando vão preparar sermões. Assim, o propósito de adquirir conhecimento bíblico não é o prestígio pessoal ou respeito acadêmico. A motivação para reunir conhecimento bíblico e literalidade teológica deve nascer, antes de qualquer coisa, de uma sede de conhecer a Deus (Fp 3.8-10). Ou seja, antes de pedirmos a Deus para nos usar, devemos pedir ao Senhor para se revelar a nós. Portanto, o pastor deve encher sua mente com a Palavra de Deus, assim, ele será controlado por ela. Um pastor cheio das Escrituras liderará com convicção, ensinará com autoridade, pregará com paixão e pastoreará com cuidado.
Assim sendo, o bom pastor quer o bem das ovelhas. O mau pastor quer os bens das ovelhas. Ninguém entra no pastorado sem ser chamado e ninguém consegue sair do pastorado quando se é chamado. Pastores com qualificações bíblicas são o que as igrejas mais necessitam.
Pense nisto!
Nos laços do Calvário que nos une,
Luciano Paes Landim.
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