quarta-feira, 13 de maio de 2015

O Desafio de Amar o Próximo


Esboço de Sermão

Jo 13.34-35

Introdução:
1.       Em breve Jesus deixaria os discípulos (Jo 13.33: “Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco...”), mas antes quer legar tesouros espirituais aos seus seguidores: seu amor, sua alegria e sua paz.
2.       O amor é uma das marcas dos salvos. Fomos salvos para amar o próximo.
3.       O propósito real da nova vida em Cristo é o amor fraternal (1Pe 1.22).
4.       O amor é a marca característica do cristão e a prova evidente do discipulado.
5.       Por que devemos amar o próximo? Qual é o modelo de amor ao próximo? Qual é a evidência de que estamos amando o próximo?

I. A ordem do novo mandamento: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros...” (v. 34a):
1.       O “novo mandamento” é a essência de todos os “velhos” mandamentos da lei (Rm 13.8-10): “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal  contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.”
2.       Tg 2.8,9 ensina que a “lei régia” expressa concretamente o amor no modelo de Cristo, amando como Ele nos amou: “Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem; se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores.”
3.       Não havia nada de novo a respeito do mandamento para amar, uma vez que Lv 19.18 nos ensina: “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. O elemento novo aqui é composto de duas partes:
a)       A mudança do termo “próximo” para “uns aos outros”.
b)       A mudança da expressão “a ti mesmo” para “uns aos outros”.
4.       Com seu ensino e com seu exemplo, Jesus dar uma nova profundidade de significado ao “novo mandamento”.

II. O padrão do novo mandamento: “... assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (v. 34b):
1.       O amor fraternal é o amor de escolha (não de sentimento) que satisfaz os outros em suas necessidades e se estende até o seu limite.
2.       A natureza do amor fraternal (1Pe 1.22): “Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardententemente.”:
a)       Genuíno: (v. 22) “não fingido”.
b)       De coração: (v. 22) “amai-vos de coração”.
c)       Ardente: (v. 22) “uns aos outros ardentemente”, significa “intensamente, intimamente, fortemente, profundamente”.
3.       O nosso padrão é o amor de Cristo por nós.
4.       O amor cristão segue o modelo do sacrifício amoroso de Cristo
a)        Jo 3.16: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
b)       1Jo 3.16: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.”
5.       Tertuliano relata que em seu tempo (um século depois que o evangelho de João foi publicado) os pagãos diziam acerca dos cristãos: “vejam como eles se amam!” E eles não estavam falando de mero amor superficial, porque ele continua: “Como estão prontos a morrer uns pelos outros!”

III. O cumprimento do novo mandamento é a evidência do discipulado: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (v. 35):
1.       O amor sobrenatural dos cristãos seria um dos principais atrativos entre os mundanos para levá-los a Cristo. Amar é evangelizar.
2.       O amor ao próximo é o sinal inconfundível dos seguidores de Cristo (1Jo 4.7-8): “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.”
3.       A comunidade dos discípulos é o contexto principal no qual esse amor é expresso.
4.       Russell Shedd: “O amor mútuo dentro da família de Deus é o sinal mais claro do poder regenerador.”

Conclusão e Aplicações
1.       Ilustração: O espião chinês que se converteu. O amor converte as pessoas!
2.       Auxiliando: prestar assistência aos irmãos que necessitam (emprego, conselho, levar alguém ao hospital, ajudar com uma sexta básica, etc.).
3.       Orando: a oração é a nossa arma secreta. Devemos orar uns pelos outros.
4. Congregando: Em nossas reuniões podemos socorrer e acolher uns aos outros.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Perfil e Integridade do Missionário


Esboço da 1ª Palestra da Escola Intensiva de Missões - Missão SAEM 2015

Texto Bíblico: 1Tm 4.7

Introdução:
1.       1Tm 4.7 (NBV): “Não desperdice o tempo discutindo ideias tolas nem mitos e lendas absurdas. Gaste seu tempo e sua energia na prática de conservar-se espiritualmente apto.”
2.       Caráter é a atitude, pose, postura, modo, maneira de uma pessoa. É piedade.
3.       Todas as pessoas têm caráter: bom ou mau.
4.       Diferença entre caráter e reputação.
5.       Perfil: aspecto, representação.
6.       Integridade: retidão, justiça, honestidade.

I. O que é o caráter missionário:
1.       É o caráter que reflete o caráter missionário da Bíblia:
a)       (Gl 3.8): “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.”
b)       As promessas de Deus para Abraão são o prenúncio do evangelho, que concerne à promessa de bênção para todos os povos da terra que creem como Abraão creu.
2.       É o caráter que reflete o caráter missionário de Deus:
a)       (Gn 3.15): “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
b)       Deus aqui é o próprio missionário, Aquele que anuncia as boas novas aos pecadores.
c)       Esta é a primeira promessa de um enviado por Deus para tratar o pecado – proto-evangelho.
3.       É o caráter que visa à glória de Deus:
a)       (Rm 11.36): “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém.”
b)       Dar glória a Deus é a vocação de toda criatura, e constitui o maior alvo da nossa missão.
c)       Cabe a nós fazermos esta glória conhecida pelo mundo inteiro, entre gentios e judeus.

II. Como é forjado o caráter do missionário:
1.       Dave Harvey: “Deus pega um homem comum, lapida seu caráter, dá-lhe graça, treina-o por meio de provações, enche-o de zelo e encurrala-o em suas circunstâncias. Depois, você tem um obreiro.”
2.       Martinho Lutero: “Para se fazer um obreiro são necessários três coisas: oração, estudo da Palavra e tribulações."
3.       Primeiro, meditação:
a)       (Js 1.8): “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.”
v  A missão de Josué era conduzir o povo à terra prometida.
v  Central para o cumprimento da missão é o desenvolvimento da fé por meio do conhecimento profundo das Escrituras e, por consequência, a prática e a exposição desse conhecimento.
b)       (Ed 7.10): “Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do SENHOR, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos.”
v  A missão de Esdras tinha um cunho inteiramente religioso. Ele foi para a terra de seus pais a fim de instruir o povo sobre a Palavra de Deus.
v  As características pessoais de Esdras são a chave para a vida de um missionário. Ele dedicou a estudar a Lei do Senhor, mas não somente como uma fonte de sabedoria pessoal. Ele dispôs o seu coração a cumprir o que a Palavra de Deus estava ensinando a ele. Finalmente, ele se dispôs a ensinar aquela Palavra ao seu povo.
4.       Segundo, oração:
a)       (At 16.25): “Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam.”
b)       A oração precede e sustenta missões.
c)       Paulo e Silas oravam... A resposta da oração veio no terremoto que abriu as portas da prisão.
5.       Terceiro, tribulação:
a)       (At 16.25): “Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam.”
b)       Mesmo presos, Paulo e Silas não deixaram de orar e cantar louvores a Deus – práticas missionárias elementares, e, assim testemunharam para os demais presos.

III. Características do Caráter Missionário:
1.       Conversão: o missionário, antes de qualquer coisa, é uma pessoa convertida, liberta, transformada, salva, etc.
2.       Chamado:
a)       (Jr 1.4-5): “A mim me veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações.”
b)       A chamada de Deus é irrevogável e intransferível. Quando Deus chama, chama eficazmente. Ninguém entra na obra de Deus sem ser chamado e ninguém consegue sair da obra de Deus quando se é chamado.
c)       Deus chama pessoas diferentes, em circunstâncias diferentes, em idades diferentes, para ministérios diferentes. A chamada divina não é fundamentada no mérito, mas na graça.
3.       Santificação:
a)       1Pe 1.15-16: “pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.”
b)       O maior legado de um missionário é a sua fidelidade ao caráter piedoso e íntegro.
c)       O obreiro lidera por meio de sua vida, bem como de seus lábios.
d)       Integridade é mais importante que sucesso. Ilustração: O caso de Moisés.
e)       A evidência de que alguém foi salvo é a santificação.
4.       Compaixão: Vance Havner: “O principal requisito de um missionário não é, como temos ouvido tantas vezes, ter paixão pelos perdidos, mas ter amor por Cristo.”.
5.       Compromisso: Ilustração “A galinha e o porco”.

Conclusão e Aplicações:
1.       Se você deseja ou faz missões esperando fama ou notoriedade, desista! Mas se o que comove o seu coração é algo mais do que o desejo de fazer algo que está na moda; se for um profundo amor pelos perdidos e, mais ainda, uma enorme paixão pela glória de Deus, então não perca tempo! Reúna uma equipe com os mesmos sentimentos e mãos à obra.
2.       Os missionários são feitos por Deus para serem missionários. A chamada para missões não é questão de nossa escolha. Os missionários não escolhem ser missionários. Deus escolhe pessoas para serem missionários e os torna missionários de acordo com seu plano.
3.       A convicção da chamada missionária conserva o missionário firme na rota. A convicção da chamada impede o missionário de ficar louco através de todos os altos e baixos da vida ministerial.
4.       História contada por João Mordomo: “Quando o jovem missionário Trevor Ardill estava explicando o evangelho para pessoas de uma vila rural na Nigéria, o chefe foi até a frente da multidão e agarrou Ardill pela camisa: ‘Você diz que Deus tem um filho?’ – perguntou o homem, que continuou: ‘E este filho se tornou homem e morreu na cruz para me salvar do pecado?’ O missionário respondeu: ‘Sim. Exatamente isto!’
O chefe tribal fechou os punhos e exigiu: ‘Quando?’ – ao que Trevor respondeu: ‘Há mais ou menos dois mil anos atrás.’ O chefe exclamou, furioso: ‘Dois mil anos? E você só veio me contar agora? E como fica o meu pai? E meu avô? E toda a minha gente? Ninguém veio contar a eles!’ Trevor Ardill ficou mudo e triste.
“A igreja só é igreja quando o é para os de fora.” Dietrich Bonhoeffer

terça-feira, 5 de maio de 2015

Missão: O Centro da Bíblia


O
 conteúdo geral da Bíblia é missionário. Missão nunca foi invenção ou produto humano, pois vemos que este princípio partiu de Deus e está no centro da Bíblia. Se Deus é um Deus Missionário e se a Bíblia é inspirada por Deus, logo, significa que a Bíblia é um Livro Missionário. John Stott afirmou: “Por meio da Bíblia o próprio Deus está evangelizando, isto é, comunicando as boas novas ao mundo. Você deve estar lembrado da declaração de Paulo acerca de Gênesis 12.3, segundo a qual ‘a Escritura [...] preanunciou o evangelho a Abraão’ (Gl 3.8)”, continua: “Toda a Escritura prega o evangelho. Deus evangeliza por meio dela”. A Bíblia é a nossa autoridade em missão. Ela revela a mensagem do Evangelho, os motivos corretos para missão e os objetivos e métodos que agradam a Deus. Todo trabalho missionário deve ser fundamentado e dirigido pelas Escrituras Sagradas. Edison Queiroz disse: “A Bíblia, desde Gênesis até o Apocalipse, é um livro missionário, a partir do ponto de vista bíblico, o propósito de Deus é simplesmente reconciliar o homem consigo mesmo. O problema é que muitas vezes estudamos a Bíblia, não para buscar o propósito de Deus e sim para buscar respostas ou bases para nossas ideias. Precisamos avaliar nossa hermenêutica[1] a partir do ponto de vista dos propósitos de Deus”.
Greenway cita o missiólogo europeu, Johannes Verkuyl, referindo-se ao Novo Testamento: “Do começo ao fim, o Novo Testamento é um livro missionário. Ele deve sua própria existência ao trabalho missionário das igrejas cristãs primitivas, tanto a judia como a helenística. Os Evangelhos são ‘recordações vivas’ da pregação missionária, e as Epístolas, mais do que uma forma de apologética missionária, são instrumentos atuais e autênticos do trabalho missionário”.
Assim sendo, é impossível entender devidamente missão no Novo Testamento sem considerar suas raízes no Antigo Testamento. Russell Shedd disse: “A ordem de fazer missões é muito clara no Novo Testamento, porém Jesus buscou no Antigo Testamento a base para essa declaração. Se lermos a Bíblia toda sem observar sua ênfase sobre missões, provavelmente a estamos lendo superficialmente, como eu lia o Antigo Testamento, sem notar a centralidade do plano de Deus para as nações. Agora penso de modo diferente. Foi uma mudança de paradigma para mim!”

1.       A missão de Abraão (Gn 12.1-9);
2.       A missão de Jonas (Jn 3.1-10);
3. A missão de Jesus (Lc 19.10);
4. A missão do Consolador (Jo 16.7-15);
5. A missão dos doze (Mt 10);
6. A missão dos setenta (Lc 10.1-12);
7. As viagens missionárias de Paulo (At 13.1 ao 14.28; 15.36 ao 18.22 e 18.23 ao 20.28);
8. O cumprimento da missão (Ap 5.9-14); e etc.

Vejamos os quatro Evangelhos, segundo Roger Greenway, como “literatura missionária”:

1. O Evangelho segundo Mateus foi escrito para os judeus, para ensiná-los sobre Jesus e fazer deles a base para a missão da Igreja junto aos gentios;
2. O Evangelho segundo Marcos foi um “tratado” missionário para os gentios que precisavam de um breve relato sobre a vida e os ensinamentos de Jesus;
3. O Evangelho segundo Lucas, um gentio convertido à fé em Jesus, escreveu para os gentios como ele, os quais careciam saber que Jesus os queria em seu Reino tanto quanto os judeus;
4. O Evangelho segundo João foi escrito com o seguinte propósito missionário: “Para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31).

Portanto, o maior exemplo de missão está no próprio Deus, que se fez carne e habitou entre nós para salvar os perdidos (Jo 1.14; Fp 2.5-11). Missão está no centro da Bíblia e deve estar no centro das nossas vidas. Pois, não há lugar mais seguro do que o lugar em que Deus nos colocou.

Nos laços do Calvário que nos une,
Pastor Luciano Paes Landim.



[1] É a ciência que cuida da arte de interpretar texto.

LANÇAMENTO DA REVISTA MISSIONÁRIA “MISSIO DEI”

Estamos no mês de aniversário da Missão SAEM. No dia 21 de abril, comemoraremos 18 anos de existência da Sociedade de Apoio Evangelístico e ...