Por john macarthur
A
relação entre o trabalho que um pregador realiza e o dinheiro que ele leva para
casa parece ser muito clara para a maioria dos membros de igrejas: “nosso
pregador ‘ministra’ à esta igreja – ele visita os doentes, ela aconselha, ele
evangeliza, ele prega, ele ensina, ele faz o boletim e tudo o mais que pedirmos
a ele – e nós o pagamos para que ele faça estas coisas.” Esta é a forma como a
maioria dos cristãos pensam sobre seus pregadores e o “salário” que pagam para
ele. Mas será que esta é de fato a forma como deveríamos pensar sobre isto?
Pessoalmente, eu creio que não. Aqui estão algumas coisas para considerarmos…
1. Pare de pensar que o Pregador faz o que faz pelo
pagamento.
A maioria dos membros de igrejas pensam que os seus
pregadores fazem o que fazem porque eles o pagam para fazê-lo. Eu creio que
esta é uma forma invertida de se pensar sobre a situação. É muito mais saudável
pensar da seguinte forma: “O pregador comprometeu sua vida à
proclamação do evangelho e nós o apoiamos financeiramente neste esforço.” Ele
não faz o que faz porque vocês dão dinheiro a ele, vocês dão dinheiro a ele
porque ele faz o que ele faz.
O
Apóstolo Paulo abriu mão do seu direito de coletar apoio financeiro da maioria
das igrejas nas quais ele trabalhou, mas ela afirmou que as igrejas deveriam
apoiar aqueles que trabalhavam espalhando o evangelho (1 Coríntios 9). A igreja
deve sustentar tantos quantos pregadores, professores, evangelistas e
missionários ela for capaz. Quando homens querem devotar a vida deles à
proclamação do evangelho, nós devemos considerar como nosso privilégio e
alegria sustentar estes homens.
2. Pare de pensar que seu pregador faz o que ele
faz em seu lugar.
Muitos membros de igrejas pensam em seus pregadores
como os ministros (servos) da igreja. Eles consideram como tarefa do ministro
fazer o aconselhamento, a visitação, o evangelismo e o ensino da igreja. E quer
admitamos ou não muito deste pensamento vem do fato de que nós não queremos
fazer este trabalho, pensamos que não temos tempo, então contratamos
alguém que faça por nós.
Dizemos
coisas do tipo: “Eu não sei como fazer e não tenho tempo para ir no hospital e
visitar as pessoas que estão doentes, nem para fazer estudos bíblicos com
incrédulos; é para isso que pagamos o pastor.” Mas não poderíamos estar mais
errados por esta forma de pensarmos.
Não
existe nenhum precedente bíblico para se contratar alguém para fazer a obra que
nós deveríamos estar fazendo. De fato, uma das tarefas do pastor é “equipar” os
membros da igreja para que eles façam a “obra do ministério” (Efésios 4.11-12).
Você não sustenta um pastor para que você possa ser aliviado do trabalho, você
sustenta um pastor, em parte, para que ele ajude a te equipar e motivar para a
obra que você deve estar fazendo.
É
óbvio que ele ajuda a equipar a igreja sendo um bom exemplo de serviço, mas se
ele começar a fazer o trabalho por você, ele estará te mimando e não te
equipando. Muitos pastores precisam parar de mimar a igreja e começar a equipar
a igreja.
3. Pare de pensar que seu pregador pertence a você
Quando
uma igreja pensa em seu pregador como empregado dela, ela entendeu errado a
situação. O pastor não trabalha para a igreja. Ele não trabalha para os
presbíteros. Ele trabalha para o Senhor. Paulo chama os pregadores de “servos
do Senhor” (2 Timóteo 2.24), e é isto o que o pregador é, o servo do Senhor.
Não o nosso servo.
É
claro que o pregador e seu trabalho estão sob a supervisão dos presbíteros da
igreja. Os presbíteros pastoreiam o pregador, ajudando-o a balancear o trabalho
que ele realiza especificamente para a igreja local e o trabalho que ele
realiza pelo Reino. Um pregador pode decidir junto com seus presbíteros que seu
trabalho precisa focar primariamente – ou até mesmo exclusivamente – na obra
local; enquanto outro pregador e seus presbíteros podem decidir focar as
habilidades do pregador mais em espalhar o evangelho ao redor do mundo.
Mas
é vergonhoso quando uma igreja acredita que o pregador pertence a eles e se
ressentem pelo tempo que ele investe pregando e ensinando em outros lugares.
4. Deixe seu pregador ser um membro de sua igreja
Quando
as igrejas pensam que seus pastores são empregados que pertencem a eles, elas
com frequência falham ao não tratá-los como co-membros de igreja. Nossos
pregadores precisam ser capazes de ter comunhão, aprender, confessar seus
pecados e dificuldades, serem encorajados, aconselhados e ter todos os
benefícios que desfrutamos como membros de uma família da fé. Mas muitas vezes
nós negamos estas bençãos a eles porque os tratamos como nossos empregados.
Considere
algumas destas questões:
·
O pregador está sempre
ensinando na Escola Bíblica Dominical, ou vocês deixam que ele seja o aluno
algumas vezes?
·
Você espera que seu pregador
seja sempre quem estará ensinando, aconselhando e encorajando você, ou algumas
vezes você oferece a ele os seus ouvidos?
·
O seu pregador se sente como
um membro da sua igreja ou como um empregado da sua igreja?
Conclusão
O
ponto central é este, temos que parar de pensar que o dinheiro que damos ao
nosso pregador faz com que ele tenha uma dívida com a gente. Ao invés disto,
devemos considerar nosso privilégio podermos sustentar homens que fiel e
diligentemente proclamam a mensagem do evangelho em nossa igreja ou ao redor do
mundo. Devemos encorajá-los de todas as formas que pudermos na obra que eles
realizam.
Fonte: http://revive.org.br/por-que-as-igrejas-deveriam-repensar-o-salario-do-pregador/