domingo, 8 de abril de 2012

A Religião “Vida Mansa”


É triste ver igrejas se afastando da pureza do evangelho. Enquanto deveriam proclamar com ousadia as verdades da Escritura, os crentes estão tornando a Escritura cabível, sendo cuidadosos em não ofender qualquer pessoa. Acuam-se ante a questão do homossexualismo e do aborto. O resultado disso é que a influência do cristianismo está se enfraquecendo. As evidências do comprometimento da igreja estão ao nosso redor. Números têm se tornado mais importantes do que a mensagem. As igrejas estão oferecendo uma religião de “entretenimento” no lugar da pregação do evangelho puro e sem artifícios. Pastores estão recorrendo à indústria de marketing para ajudá-los a atrair pessoas para Cristo, em vez de descansarem no soberano poder de Deus. É a religião “vida mansa”. Tudo isso é consequência da egolatria. Pecado que se alastra assustadoramente. E não adianta dizer que o culpado de todas essas coisas é o diabo, pois esse pecado é da igreja e somente ela pode se responsabilizar por isso e se arrepender dos seus maus caminhos.
Igrejas que se consentem fazer reféns da sociedade sem Deus, da sociedade de consumo e ególatra, tem se tornado ambiente de pessoas que se aproximam para, simplesmente, ser servidas e enlevadas. Assim como entram em restaurantes e cinemas da cidade, elas adentram e se assentam também nestas igrejas. A perspectiva delas é participar de um bom espetáculo e ser bajulada até ter seus desejos atendidos. A pregação delas é tipo fast-food e os cânticos um tipo de pocotalia gospel (referente ao funk “Eguinha Pocotó”): frases repetidas por várias vezes sem nenhum conteúdo. Essas igrejas são vistas como balcões de prestação de serviços religiosos, comprometidos em alimentar o egocentrismo dos clientes. As mesmas copiam as atitudes daquelas que leem a mão afirmando que fazem todo tipo de trabalho de amarração, prosperidade ou que traz a pessoa amada em poucos dias. Dizem: “fala que eu te escuto”. Na verdade, só escutam mesmo, pois não podem fazer nada para mudar. Elas “testemunham”: “Quando eu não era dessa determinada igreja não tinha casa nem carro. Agora que sou dessa igreja tenho casa e carro”. Enquanto os cristãos do primeiro século testemunhavam com coragem e sacrifício a salvação única e exclusivamente em Jesus Cristo. Os primeiros cristãos diziam: “Antes de ser cristão eu tinha casas e fazendas. Agora que sou cristão vendi tudo e distribuí aos pobres”. Não se pode servir a dois senhores. Não se pode servir a Deus e as riquezas: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24). A igreja não é propriedade do homem. Ela é propriedade exclusiva de Deus: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1Pe 2:9-10). Ela pertence a Cristo: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18). Ela foi comprada com seu sacrifício na cruz do Calvário: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20:28).

O problema é que fizeram de igrejas (denominações) fonte de lucro. O slogan desses falsos pastores é: “Pequenas igrejas, grandes negócios”. E o marketing é: “Aqui o fogo é mais quente”, “Aqui tem dízimo com desconto” ou “Aqui Deus responde mais rápido”. Prometem curas, milagres, sucesso financeiro, prosperidade empresarial e sorte no amor. Ledo engano! Propaganda enganosa! Isto é um cristianismo afastado da Palavra de Deus e o resultado disso tem sido uma teologia e um culto corrompido. Entretanto, a igreja bíblica é aquela alicerçada na fé revelada nas Escrituras Sagradas, onde confessa uma só fé e não aceita outra revelação ou outro evangelho: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gl 1.8). O selo das Escrituras Sagradas é mais importante do que o estatuto, o regimento interno e CNPJ de qualquer denominação religiosa. Um evangelho sem a Palavra de Deus, sem o testemunho das Escrituras Sagradas é pura enganação e fantasia religiosa que procura fascinar o ego humano. O maior problema é que nos esquecemos de Deus e não estamos vivendo para sua glória. Devemos fugir da maneira de pensar como as pessoas sem Jesus pensam, e permitir que nossas mentes sejam moldadas pela Palavra de Deus. Temos de aprender a pensar de forma cristã.

Nos laços do Calvário que nos une,
Rev. Luciano Paes Landim.

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