segunda-feira, 15 de agosto de 2011
PRECISA-SE DE PASTORES!
No meu primeiro ano de pastorado, ano de 2007, fui convidado a pregar para os pastores da Associação de Pastores Evangélicos de São Sebastião/DF (ASPESS). Lembro-me que uma preocupação pairava em minha mente: o que pregar aos pastores que são mais experientes do que eu? O que falar àqueles que pastoreiam há tanto tempo? Foi então que pensei em Deus como o Supremo e Bom Pastor.
Depois de ter orado fui impulsionado pelo Espírito a pregar fundamentado no Salmo 23. Intitulei a mensagem assim: “O Pastor e o Cuidado Com as Ovelhas”. De tal modo, entendi que mais importante do que minha experiência (ou inexperiência) pastoral é o que a Bíblia nos ensina acerca do cuidado que o Bom Pastor nos proporciona.
Na introdução do sermão mencionei um breve perfil da nossa sociedade: consumista, agressiva, omissa nos valores, oprimida, depressiva, individualista, solitária, competitiva, descartável, ansiosa, temerosa, traumática, abortiva, homossexualista, divorciada, viciada, injusta socialmente, racista, preconceituosa, corrupta politicamente, não sabe o que é amar e necessitada de verdadeiros pastores.
Ao desenvolver a mensagem mostrei sobre o papel distorcido do pastor: engenheiro, mestre-de-obras, contador, médico, administrador, professor, juiz, advogado, motorista, psicólogo, etc.. Mostrei também, baseado no primeiro versículo do Salmo 23 que nada pode faltar às ovelhas: carinho, amor, atenção. No versículo dois falei que os “verdes pastos” significam comida fresca, comida na hora e comida especial para as ovelhas. Ainda no versículo dois expressei que “águas tranquilas” exprimem águas não barrentas, não mortas, mas frescas e de descanso, coisas estas que o pastor deve proporcionar às ovelhas. No versículo três falei sobre o “refrigério” para alma como segurança, confiança e paz que o verdadeiro pastor deve oferecer ao rebanho. Ainda no versículo três discorri a respeito da “vereda da justiça” como o caminho limpo e sem mácula (sem malfeitores). No versículo quatro onde fala sobre o “vale da sombra da morte” disse que o verdadeiro pastor não abandona a ovelha mesmo quando a mesma vai ao vale da sombra da morte; é o mesmo que ter paciência. No versículo cinco que fala sobre um “sinal” sobre a ovelha, “unges a minha cabeça com óleo”, disse que ungir significa separar a ovelha como sinal de propriedade e remissão; e na segunda parte deste mesmo versículo onde fala sobre “cálice transbordante” falei que significa comida e lugar para pousar, alegria. E no último versículo discorri sobre a importância de o pastor ser bom e misericordioso para com as ovelhas, ou seja, conceder a elas viver em seu pasto, curá-la quando doente e corrigi-la quando preciso for.
Ao concluir o sermão mostrei a necessidade de pastores. Pastores que visitem as ovelhas, que as aconselham, que as instruam nas Sagradas Escrituras, que priorizem a pregação pura e simples do Evangelho e que tenham acima de tudo o caráter de Cristo. Mostrei também que existem muitos falsos pastores e lobos disfarçados de ovelhas.
Por algumas vezes usei veementemente a expressão: PRECISA-SE DE PASTORES! Disse que essa declaração deveria está nos classificados, nos outdoors, nas faixas e cartazes. Já pensou na possibilidade de um pastor colocar um anúncio nos classificados oferecendo os seus serviços pastorais? Pondero nesta hora sobre como o apóstolo Paulo anunciaria nos classificados o seu trabalho pastoral. Talvez fosse assim:
PASTOR PROCURA IGREJA
“Homem separado, de meia-idade, com alguns problemas de saúde, itinerante (nunca ficou mais de dois anos em igreja alguma), instigador de polêmicas e até motins, ex-presidiário, procura igreja...”
Qual igreja aceitaria esse currículo? Penso que devemos rever os nossos conceitos acerca do ministério pastoral. Ministério esse que jamais pode ser comparado a uma profissão. Certamente, o apóstolo Paulo é um grande exemplo de pastor. Alguém que não procurou ter “sucesso” ministerial, mas ser fiel ao chamado de Deus. Chamado esse que executou até o fim. Paulo foi preso por causa do Evangelho e não por atos criminais. A mensagem que ele pregava (a mensagem da cruz) causava escândalo para aqueles que não entendiam a salvação. Para ele, o viver era Cristo e o morrer era lucro.
PRECISA-SE DE PASTORES! É o que o mundo clama. O rebanho é muito grande, mas faltam-se pastores que verdadeiramente amem as ovelhas. Pastores dedicados, que sabem o que é prioridade no ministério. Pastores que não se envolvam com as coisas deste mundo, entretanto, prossigam para o alvo que é Cristo.
Com quatro anos de ordenação pastoral, já pude perceber o risco que corremos de inverter as prioridades na obra de Deus. Erwin Lutzer nos ajuda a escolher as muitas opções que confrontam a todos nós no ministério. Acredito ser o perfil que deve atender ao anúncio “PRECISA-SE DE PASTORES!”:
1. Orar é mais importante do que pregar.
2. Pregar é mais importante do que administrar.
3. A família é mais importante do que a igreja.
4. Ser fiel é mais importante do que competir.
5. Amar é mais importante do que ser hábil.
Também concordo com Jaime Kemp quando diz que grande parte dos pastores tem uma amante: a igreja. E penso que é dever do pastor amar a sua esposa, pois a igreja é a amada de Jesus: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25).
Nos laços do Calvário que nos une,
Rev. Luciano Paes Landim
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