domingo, 8 de abril de 2012
A Religião-Show: A Igreja Sem a Presença de Deus
Charles Haddon Spurgeon disse: “O fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças. Se nos encontramos incapazes de frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens quanto à sua existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam de cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice”.
É a religião-show que adora o próprio homem. Onde o pregador e o cantor são aplaudidos e exaltados. É o culto onde exalta mais o homem do que o Senhor Jesus Cristo, construindo mais o reino dos homens do que o de Deus. A verdade para eles é irrelevante. O que importa é se eles são ou não entretidos e aclamados. Atribui-se pouco valor ao conteúdo; o estilo é tudo. Eles são energizados pelo pragmatismo. O que importa é o espetáculo e o crescimento numérico. Eles são movidos por ciclos tendenciosos, e não pelo Espírito Santo. Os púlpitos deles estão cada vez mais empobrecidos. Eles animam os seus auditórios com frases de efeito e contentam seus ouvintes com mensagens superficiais. Para muitos, o cristianismo tornou-se uma religião humana e politicamente atraente. Tornou-se moda em nosso país professar ser evangélico. Eles esqueceram que Deus não se deixa impressionar pelas filosofias populares, poder político e riqueza excêntrica, que o mundo tanto admira.
Conta-se a história do menino Paulinho. Ele tinha dez anos de idade. Era órfão de pai e tinha seis irmãos. Todos os dias ele ia trabalhar de engraxador de sapatos para ajudar nas despesas da casa. Ele era assíduo na igreja e sempre adorava a Deus com suas finanças. Um dia, Paulinho trabalhou bastante e se atrasou para ir à sua igreja. Portanto, decidiu entrar na igreja mais próxima do lugar em que estava. Colocou a sua caixa de engraxar sapatos na porta do templo, entrou e ficou no primeiro banco para ouvir melhor a pregação e entregar a Deus a contribuição daquele dia de trabalho. De repente, os diáconos daquela igreja o tiraram dali e o colocaram lá fora, alegando que ele era um moleque sujo e nojento. Paulinho sentou-se na caixa de engraxar sapatos e começou a chorar por ter sido expulso da igreja. Então, de repente, apareceu um homem, também chorando, e perguntou ao garoto: “Paulinho, por que você está chorando?” A quem o menino respondeu: “Estou chorando porque eu fui expulso da igreja”. Paulinho perguntou ao homem: “E você, por que também está chorando? Como você sabe o meu nome, quem é você?” O homem respondeu: “Eu sou Jesus, e estou chorando porque também fui expulso desta igreja; porque eles cantam, oram e pregam para si mesmos”.
Essa história também se repete em muitas igrejas que cantam, oram e pregam para si mesmas. São ególatras. Expulsam Jesus para que sejam “estrelas” e “reinem”. A simplicidade do culto do Novo Testamento se perdeu e a prática da pregação está em total decadência. Pregadores não falam da Bíblia, citam milagres (invés do Deus de milagres), promoção e atividades das igrejas (invés do Senhor da igreja), e filosofias e psicologias do mundo secular (invés do evangelho).
Quando nos tornarmos enojados com a ostentosa diversão e egolatria, que passa por verdadeiro culto a Deus em muitas de nossas igrejas, esse será um sinal de que estamos voltando aos princípios bíblicos. Afinal, a única maneira como o Espírito Santo trabalha para regenerar os perdidos é através dos ensinamentos da Bíblia , que são suficientes para a evangelização, santificação, orientação e também reforma social. Somente a Palavra de Deus pode regenerar pecadores perdidos e erguer igrejas. Nela está toda a orientação de que precisamos. Deste modo, o povo de Deus precisa ouvir e pregar as verdades da fé bíblica.
Nos laços do Calvário que nos une,
Rev. Luciano Paes Landim.
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