terça-feira, 22 de maio de 2012

A Igreja Que Queremos Ser (Parte 07)


Uma igreja que cresce numericamente

“louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (Atos 2.47).

A salvação é uma obra soberana de Deus. A igreja não salva. Somente Jesus salva. Ele é quem acrescenta pessoas à igreja. Entretanto, por mais que a atividade esteja centralizada na atividade divina na salvação, sabe-se que “aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação” (1Co 1.21). Portanto, não se pode negar que o evangelismo era parte integral da vida da igreja primitiva, sendo que isto acontecia diariamente. Segue-se, então, que a proclamação da verdade na igreja primitiva era parte fundamental da vitalidade da igreja de Cristo, assim como todas as características já mencionadas (partes de 01 a 06).

Um exemplo profundo de missionário no período apostólico é o de Paulo. Ele era um homem que tinha um objetivo claro na vida, uma paixão que permeava suas entranhas e o impelia a avançar, não importando os obstáculos: anunciar a Cristo como único Senhor e Salvador. O apóstolo Paulo tinha uma santa obsessão de evangelizar. Falta-nos esse ardor missionário no evangelismo.

Uma igreja comprometida com missões é uma igreja que entende a evangelização como a natureza e estilo de vida do povo de Deus. Não como uma atividade ou um departamento eclesiástico, mas, como a filosofia de vida da igreja. Assim, não podemos substituir o ir por pagar, orar, ou por qualquer outra coisa. Devemos interpretar o ir como ir mesmo (Mc 16.15). Não podemos ficar parados onde estamos. Precisamos sair de nossa zona de conforto e semear a Palavra que transforma vidas. Alguém que se diz ser crente, mas que não prega o Evangelho está fugindo de sua responsabilidade perante Deus, ou pior, tem um forte indício de que ainda não experimentou o novo nascimento. Na verdade, Ele ainda é um campo missionário. Não é digno de ser chamado de cristão. Assim, devemos pregar onde quer que haja um homem em trevas espirituais.

Portanto, na obra missionária devemos estar prontos para dar a nossa vida, sem nos preocuparmos com os holofotes, para que os perdidos sejam alcançados pelo Evangelho para a glória de Deus.

Nos laços do Calvário que nos une,
Rev. Luciano Paes Landim.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

A Igreja Que Queremos Ser (Parte 06)

Uma igreja alegre e singela

Atos 2.46 diz: “... partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração”. Singeleza é o mesmo que sinceridade, generosidade e franqueza. A grande alegria que marca estes encontros era, sem dúvida, inspirada pelo Espírito (At 13.52) e talvez se associasse com a convicção de que o Senhor Jesus estava presente com eles (At 24.35). A igreja de Jerusalém era uma igreja alegre porque centralizava-se em Jesus Cristo. A alegria deve ser o estado de ânimo do crente. O Senhor é a nossa alegria. Uma igreja alegre, amável e singela é uma igreja que sabe que existe somente um sistema que pode resolver o problema da humanidade: a pregação pura e simples do Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Uma igreja amável e simples é a igreja que queremos ser. Somente uma igreja comprometida com missões é alegre e singela.

Nos laços do Calvário que nos une,
Rev. Luciano Paes Landim.

domingo, 20 de maio de 2012

A Igreja Que Queremos Ser (Parte 05)

Uma igreja que oferta para o sustento da obra missionária

Alguém disse que os jovens gastam mais com refrigerantes do que com a obra missionária, que as mulheres gastam mais com cosméticos do que com a obra missionária, que os homens gastam mais com sua bebida preferida ou seu esporte favorito do que com a obra missionária e que muitos gastam mais com o veterinário do seu cãozinho de estimação do que com a obra missionária. A dificuldade missionária da igreja não é carência de recursos, mas de uma mordomia, administração, certa dos recursos financeiros dados pelo Senhor. Atos 2.45 diz: “Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade”. Eles não juntaram seus recursos, mas venderam suas posses. Isto significa compartilhar de modo voluntário. Os cristãos estavam unidos ao Espírito, assim, permaneciam alerta às necessidades físicas dos outros e voluntariamente (At 4.34 e 5.4) contribuíam para satisfazê-las (4.32).

Deus é tão gracioso que quando a igreja vive em obediência missionária, investindo em missões, providencia os recursos materiais necessários: “Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus. E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades. Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (Fp 4.18-20). Assim, Paulo demonstra que o poder que atua com eficiência na igreja é o poder do Espírito Santo e não do dinheiro. Aqui está um alerta: Deus julga nossas ofertas pela nossa motivação e não pela soma ofertada. Portanto, tenhamos cuidado com a maneira como ofertamos a Deus (At 5.1-11). A Bíblia diz que a contribuição não é um peso, mas uma graça. Graça é um dom imerecido: “Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia” (2Co 8.1). A contribuição não é somente alguma coisa que apresentamos a Deus, porém, principalmente, uma graça que Deus concede a nós. Deus nos dá o privilégio de sermos parceiros no grande projeto de evangelização do mundo e assistência aos santos. Dinheiro na igreja, portanto, não pode substituir o poder de Deus, deve vir em resposta a ele.

Os missionários do passado foram homens e mulheres que largaram tudo e saíram pelo mundo, errantes, sem saber para onde iam, mas convictos de que foram comissionados por Aquele que tem todo o poder no céu e na Terra. Com os missionários do passado aprendemos que não devemos esperar por circunstâncias ideais para fazer a obra de Deus, pelo contrário, não podemos depender das circunstâncias para realizar a obra de Deus, mas Daquele que dirige o Universo. Assim, quando a igreja se encontra em chamas pelo evangelismo, a liberalidade se manifesta e surgem recursos suficientes para o sustento de obreiros e o envio de missionários para outros países.

Nos laços do Calvário que nos une,
Rev. Luciano Paes Landim.

sábado, 19 de maio de 2012

Adoniram Judson

Amor pelas letras e pelas almas
O missionário Adoniram Judson levou o Evangelho até a Ásia e traduziu a Bíblia para o birmanês.

Adoniran Judson e sua esposa AnnA história desse personagem é contada até hoje. Era o ano de 1824. Os oficiais do rei da Birmânia (atual Mianmar) - pais que fica às margens do Golfo de Bengala, no Sudeste Asiático tinham acabado de saquear o lar missionário de Adoniram e Ann Judson. levando tudo o que acharam de "valioso". No entanto, o tesouro mais precioso havia passado despercebido: o manuscrito de uma porção da Bíblia, traduzida por Adoniram Judson, que sua esposa Ann enterrara sob a casa.

Acusado de espionagem, Adoniram, um missionário magro e de corpo pequeno, ficou encarcerado por quase dois anos em uma prisão infestada por mosquitos. Ele e outros 60 condenados à morte ficaram encerrados em um edifício sem janelas, escuro, abafado e imundo. Durante aquele período, sua esposa conseguiu entregar-lhe um travesseiro - para que ele pudesse dormir melhor no duro chão de areia da prisão -, além de livros, papéis e anotações que ele usava para continuar a tradução da Bíblia para O birmanês. Dentro da cadeia, além das traduções, que ele escondia dentro de seu travesseiro, Adoniram evangelizava os presos.

O episódio descrito é parte da história do americano Adoniram Judson (1788 - 1850), o primeiro missionário cristão na Birmânia, que, por 30 anos, perseverou em seu trabalho de evangelização, apesar das doenças e perseguições constantes que sofria por pregar o Evangelho naquele país.

Em 1819 - seis anos depois de sua chegada à Birmânia -, Judson conseguiu seu primeiro convertido. Dois anos depois, já havia uma igreja fundada no país, com 18 batizados. Em 1837, havia 1144 convertidos batizados na Birmânia. Em 1880, esse número passou a sete mil, distribuídos por 63 igrejas. Em 1950, cem anos depois de sua morte, existiam mais de 200 mil cristãos na Birmânia, em sua maioria, resultantes da mensagem que Judson deixara naquele país. Dizia ele: "Muitos cristãos consagrados jamais atingirão os campos missionários com seus próprios pés, mas poderão alcançá-los com os seus joelhos."

Vida e Obra - Aquele amor à Palavra de Deus tinha história. Adoniram Judson nasceu em Malden, no estado americano de Massachussetts. Filho do pastor congregacional Adoniram Judson e de Abigail Brown Judson, o jovem Adoniram trabalhou duro em um moinho do pai. Tinha de caminhar muito até chegar à escola e tinha intensa devoção à Igreja.

Sua mãe ensinou-lhe a ler um capítulo inteiro da Bíblia quando tinha apenas quatro anos. Nos anos seguintes, freqüentou a New London Academy e depois a Brown University, onde entrou com apenas 16 anos. Naquele período em que o ateísmo, proveniente da França, chegava com força aos Estados Unidos, o jovem Adoniram teve uma crise existencial. Recém diplomado, aos 19 anos, ele surpreendeu os pais quando disse que não mais acreditava na existência de Deus e que iria escrever peças de teatro. Era o ano de 1807.

Saiu de casa, mas, quando seguia para a casa de um tio, teve uma experiência que mudou sua vida por completo. No fim de uma noite, procurou um lugar para dormir em uma pensão. O proprietário disse que só tinha um quarto que ficava ao lado de outro em que estava uma pessoa muito doente. A voz agonizante de um homem no quarto ao lado só o deixou dormir no fim da madrugada. Ao acordar, Adoniram soube que aquele homem havia morrido, e tomou um susto ao saber que se tratava de Jacob Eames, um cético e descrente que ele conhecera na faculdade; e que também abandonara o Evangelho pelos ideais ateístas.

A notícia da morte de Eames atingiu seu coração como uma flecha. Foi, então, para Plymouth, onde assistiu a dezenas de palestras de pregadores cristãos. Em 1808, decidiu estudar para o ministério e entrou no seminário teológico de Andover. No ano seguinte, fez uma profissão pública de fé na igreja do pai e sentiu o desejo de tornar-se missionário.

Na época, escrevia a Ann, então sua noiva: Em tudo que faço, pergunto a mim mesmo: Isto agradará ao Senhor? [...] Hoje, tenho sentido grande alegria perante o Seu trono.

Os pais de Judson queriam que ele aceitasse pregar em uma igreja de Boston, mas recusou o convite. Tinha o mundo em seu coração. Em fevereiro de 1810, fundou, com quatro amigos pastores, a Junta Americana de Missões Estrangeiras, ligada à Associação Geral de Ministros Congregacionais de Bradford, em Massachussetts.

Casou-se com Ann em 5 de fevereiro de 1812, e apenas 12 dias depois, o casal partiu para Calcutá, na Índia, junto com os quatro pastores amigos de Judson. Ann tornou-se, então, a primeira missionária a deixar os EUA. Durante a viagem, dedicaram-se ao estudo das Escrituras. No entanto, ao chegarem a seu destino, a guerra fez com que eles deixassem o país. Como havia uma embarcação pronta para ir a Rangum, na Birmânia, o casal decidiu viajar nela. O percurso não foi fácil. Ann, que estava grávida, adoeceu no navio. Deu à luz seu primeiro filho, que morreu em seguida. Eles chegaram a Rangum exaustos, em julho de 1813. Ann, muito adoentada, desembarcou em uma padiola. Aquela experiência era uma prévia do que o casal ainda haveria de enfrentar.

Saída da prisão - A experiência na prisão, relatada no início desta biografia, não foi o único problema enfrentado pelo casal Judson na Birmânia. Depois de sair da cadeia - indultado pela Alta Corte de Justiça do reino birmanês, em novembro de 1825 -, viu a segunda filha do casal, Maria, morrer de febre amarela. Em outubro de 1826, Ann faleceu, também vítima da doença.

Adoniram mudou-se, então, para o interior da Birmânia, onde completaria a tradução do Antigo Testamento para o birmanês, em 1834, no mesmo ano em que se casou pela segunda vez, com Sarah, com quem teve oito filhos. Em 1837, Adoniram concluiu a tradução do Novo Testamento. Em 1845, Sarah faleceu, e ele retornou aos Estados Unidos, 33 anos depois do início de sua viagem à Ásia. Tanto interesse gerado por sua experiência na Birmânia rendeu a Judson uma platéia i inesperada. Grandes multidões corriam para ouvi-lo pregar em solo americano, pois se tornara uma lenda.

Em junho de 1846, casou-se pela terceira vez, com a escritora Emily Chubbock, e voltou no ano seguinte para a Birmânia para revisar mais uma vez o dicionário hirmanês-inglês que concluíra em 1826.

Muito doente, Judson foi aconselhado a fazer uma viagem marítima para se recuperar, mas veio a falecer no navio, em 12 de abril de 1850. Emily morreu quatro anos depois. Mas a frase que ele mais repetia em suas pregações tornou-se uma realidade: Eu não deixarei a Birmânia até a mensagem da cruz ser plantada aqui para sempre. Palavras proféticas de um verdadeiro herói da fé.

Autor: Marcelo Dutra

Link: http://www.renovado.kit.net/adoniram.htm

David Brainerd

David Brainerd nasceu a 20 de abril de 1718, no estado de Connecticut, nos Estados Unidos da América. Seu pai se chamava Ezequias Brainerd, um advogado, e sua mãe, Dorothy Hobart, era filha do Pr. Jeremias Hobart. David foi o terceiro filho, de um total de cinco filhos e quatro filhas. Foi um menino de saúde muito frágil, que acabou sendo privado de uma vida social mais dinâmica com outros garotos de sua idade. Sempre teve uma natureza sóbria, e um espírito reservado. Em sua infância, embora preocupado com o destino de sua alma, não sabia o que era conversão. Seu pai morreu quando ele estava com apenas nove anos, e aos catorze anos ele perdeu também sua mãe. Tornou-se ainda mais tristonho e melancólico, e os valores religiosos que recebeu na infância começaram a declinar em sua juventude.

Entretanto, como fruto da obra preveniente da graça divina, Brainerd afastou-se de algumas companhias indesejáveis, e começou a dedicar tempo à oração individual. Começou a ler mais a Bíblia e formou com outros jovens um grupo para encontros dominicais. Começou a dedicar bastante atenção às pregações, e procurava aplicá-las à sua vida. Ainda assim, ele não conhecia a Cristo pessoalmente. Tornou-se ainda mais zeloso no terreno da religiosidade, e sentiu a convicção e o peso do pecado, adquirindo o mais agudo senso do perigo e da ira de Deus. Contudo, suas esperanças ainda não estavam depositadas na justiça de Cristo, mas em si mesmo. Finalmente, o Espírito de Deus o conduziu à fé em Cristo, e ele passou a experimentar o descanso de uma vida justificada, e a ação do poder de Deus em uma Novidade de Vida. Tinha vinte e um anos.

Dois meses depois de sua conversão, Brainerd ingressou na Universidade de Yale. Mesmo num contexto de algumas pressões, ele dedicou bom tempo à comunhão a sós com Deus. As enfermidades, muitas vezes, atrapalhavam seus estudos. Num momento particularmente difícil, ele contraiu tuberculose e expelia sangue pela boca. Ainda assim, ele trabalhou intensamente e obteve distinção como estudante. Porém, quando estava em seu terceiro ano de universidade, teve de deixar a escola devido a uma circunstância bastante delicada. Isso significou um grande desapontamento para ele, pois, mais tarde, no dia em que os outros colavam grau, Brainerd escreveu em seu diário: “Neste dia eu deveria receber meu diploma, mas Deus achou conveniente negar-me isso”.

Foi justamente nesse período que se acentuaram suas preocupações com as almas perdidas. Ele começou a pensar profundamente sobre as pessoas que nunca tinham ouvido falar de Cristo. Chamou-lhe particular atenção a triste condição dos índios norte-americanos. Não havia muitos missionários trabalhando entre eles. Brainerd começou a colocar em prática o seu amor pelos índios, obtendo maiores informações sobre sua realidade e orando freqüentemente por eles. O desejo de levar o Evangelho aos índios foi crescendo em seu coração.

A ocasião surgiu em que Brainerd pôde apresentar-se como missionário aos índios. Sua saúde precária era um fator de preocupação, tendo em vista as condições inóspitas e difíceis que enfrentaria. Seus amigos lhe diziam: “Se Deus quer que você vá, Ele lhe dará forças”. Quando tinha vinte e quatro anos, ele escreveu em seu diário: “Quero esgotar minha vida neste serviço, para a glória de Deus”. No ano seguinte, começou a dedicar sua vida pregando aos índios nas florestas solitárias e frias. Vendeu seus livros e roupas que não usaria, e começou a vida bastante isolada e marcada por uma trajetória de auto-sacrifício e sofrimento. Mas Deus o abençoou ricamente. Como um “grão de trigo que morre ao cair na terra”, Brainerd não ficou só; a morte deste “grão de trigo” produziu muito fruto - tendo tido o privilégio de visitar alguns lugares relacionados à vida de Brainerd, inclusive o local em que ele primeiramente pregou aos índios, fiquei pessoalmente impressionado com o seu caráter e renúncia, fruto da poderosa graça de Deus em sua vida. Freqüentemente, Brainerd ficou exposto ao frio e à fome. Não podia ter o conforto da vida normal. Viajava a pé ou cavalgando por longas distâncias, dia e noite. As viagens eram sempre perigosas. Para atingir algumas tribos distantes, devia passar por montanhas íngremes na escuridão da noite. Atravessou pântanos perigosos, rios de forte correnteza, ou florestas infestadas de animais selvagens. Tinha de viajar quinze a vinte e cinco quilômetros para comprar pão, e, às vezes, antes de comê-lo, o pão estava azedo ou mofado. Dormia sobre um monte de palha que estendia sobre tábuas erguidas um pouco acima do chão. Em muitos momentos estava só, e ficava feliz quando podia contar com seu intérprete para conversar. Não tinha companheiros cristãos com quem pudesse dividir o fardo em momentos de comunhão e oração. “Não tenho nenhum conforto, a não ser o que me vem de Deus”, escreveu ele.

Seu ministério tornou-se bem amplo, alcançando índios nos estados norte-americanos de Nova Iorque, Nova Jersey, e ao leste da Pensilvânia. Havendo encontrado os índios em meio a muitas superstições, e recebendo muitas vezes os efeitos da fúria de seus sacerdotes, Brainerd pôde declarar o poder de Deus acima de todos os deuses. Apesar de todas as dificuldades, era movido por um intenso desejo de contemplar a salvação dos índios. Com isto em vista, aliou, por muitas vezes, o jejum à oração. “Não importa onde ou como vivi, ou por que dificuldades passei, contanto que tenha, desta maneira, conquistado almas para Cristo”, escreveu ele. Boa parte de seu trabalho era feito em lutas físicas, especialmente tendo em vista sua saúde sempre precária, e , como escreveu Edwards, “sua própria constituição e temperamento natural, muito inclinado para a melancolia” – e sobre isto, acrescenta Edwards, “ele excedeu a todas as pessoas melancólicas que conheci”.

O fato é que Deus honrou sobremaneira o ministério de Brainerd. O Espírito de Deus desceu poderosamente sobre os índios, num grande avivamento que afetou tribos inteiras. Por volta de 1745, mesmo os índios que viviam de forma impiedosa, opondo-se à pregação do Evangelho, se convenceram do pecado. Vários se converteram. Muitos brancos, que apareciam por curiosidade para ouvir o que Brainerd dizia aos índios, também foram convertidos. Índios de toda floresta ouviram falar de Brainerd e vinham em grande número ouvi-lo. Era muito comum ouvir os altos brados dos índios pela misericórdia de Deus, toda vez que Brainerd pregava. Seu ministério influenciou também as crianças índias. Ele criou escolas em que elas eram ensinadas a lavrar a terra e a semear, além de receberem os ensinos do Evangelho de Cristo.

Ao escolher o trabalho nas florestas úmidas, Brainerd sabia que não poderia esperar viver muito. Ele assistiu seu corpo definhar, pouco a pouco. Aos vinte e nove anos, foi colocado em seu leito de morte, sofrendo terrível agonia e dor física. Testemunhou de Cristo em seus momentos finais, e anelava por encontrar-se com o Senhor. Ele faleceu em 09 de outubro de 1747, tendo sido sepultado em Northampton, Massachusetts. Jonathan Edwards conduziu o funeral. Foi uma vida curta, mas que glorificou a Deus grandemente.

Edwards, que o conheceu muito bem, podia dizer de Brainerd:

(...) dotado de um gênio penetrante, de pensamento claro, de raciocínio lógico e de julgamento muito exato, como era patente para todos que o conheciam. Possuidor de grande discernimento da natureza humana, perscrutador e judicioso em geral, ele também sobressaía em juízo e conhecimento teológico, e, sobretudo, na religião experimental.

Num artigo em 2001, eu escrevi:

David Brainerd é um exemplo de alguém que resolveu colocar sua vida no altar (...) As privações, o trabalho incansável, as intempéries consumiram o seu vigor. Uma prolongada enfermidade ceifou sua vida. Devido à sua fragilidade física e aos rigores do campo missionário, ele contraiu tuberculose. Brainerd calculou o preço do seguir a Cristo e deliberadamente fez uma escolha que significava separar-se do mundo civilizado, com suas vantagens, e associar-se à dureza, ao trabalho e, possivelmente, a uma morte prematura e solitária. Entretanto, homens como William Carey, Henry Martyn, Robert Mürray McCheyne, John Wesley, Jonathan Edwards, Charles Spurgeon, Oswald Smith, Jim Elliot, citando apenas alguns, testemunharam a grande influência da biografia de Brainerd em suas vidas. Um biógrafo de Brainerd diz que ele “foi como uma vela que, na medida em que se consumia, transmitia luz àqueles que estavam em trevas”.

Algo muito importante que Brainerd fez foi escrever um diário, no qual registrou as experiências que lhe surgiram. Neste diário, editado por Jonathan Edwards, Brainerd faz uma breve explanação de sua infância e juventude, e começa a narrar-nos os fatos, escrevendo periodicamente a partir de 18 de outubro de 1840. Ainda que Brainerd tenha lutado quase que “invencivelmente” contra a publicação de qualquer porção de seu diário, este, publicado depois de sua morte, tem sido um instrumento de Deus para influenciar a vida de muitas pessoas. O Diário de David Brainerd foi publicado em português pela Editora FIEL, em 1993.

Por Gilson Santos

Link: http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=205

A Igreja Que Queremos Ser (Parte 04)


Uma igreja que busca a Deus em oração

“E perseveravam na doutrina... e nas orações.” (Atos 2.42)

O mundo luta com armas químicas, biológicas, bombas atômicas e etc.. São armas consideradas de muito poder. No entanto, existe uma arma mais poderosa do que essas citadas - a oração do justo: “... Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.16). Ela é mais potente do que os mísseis norte-americanos, pois nunca erra o alvo. A nossa arma é a oração. Devemos orar e clamar a Deus por avivamento. A oração nos orienta a tomar decisões importantes na obra missionária e em tudo na vida. Ela promove comunhão na igreja: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42, grifo nosso).

A oração é a marca distintiva da igreja missionária. A oração é um meio para enfrentar a perseguição. Em At 12.1 diz: “Por aquele tempo, mandou o rei Herodes prender alguns da igreja para os maltratar.” No versículo 5 diz que enquanto o apóstolo Pedro estava aguardando o seu martírio: “... havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele.” Toda igreja que faz missões passa por perseguição. Todavia, a perseguição não é capaz de acorrentar o avanço da obra missionária, pelo contrário, a obra de Deus avança mais ainda.

A oração vai à frente do missionário abrindo um caminho por entre a escuridão espiritual. David Bryant narra um caso de um cristão da Índia, membro de um movimento indiano nativo, que lhe apresentou um contraste entre a maioria das pessoas em seu país (onde existem milhões que nunca ouviram falar uma única vez de Cristo) e as dos Estados Unidos: “Nos Estados Unidos você têm trevas, mas na Índia nós temos trevas profundas”. Para adentrarmos em lugar assim é preciso orar com objetividade crendo no poder do Espírito Santo para abrir as portas e entrarmos com a Luz do Evangelho de maneira que as trevas sejam dissolvidas e dissipadas. Quando deixamos de orar por lugares assim estamos deixando o inimigo dominar sobre as vidas que ali vivem. Ao orarmos pelos perdidos espiritualmente estamos invadindo o território inimigo. Sem oração o trabalho missionário é fraco.

Portanto, a igreja deve prover oração constante e consistente para o sustento da obra missionária. A igreja move-se no poder sobrenatural através da oração. Alguém disse: “O corajoso é o medroso que acabou de orar”. Falta-nos oração. Falta o fervor que moveu a igreja no passado. A oração é o oxigênio na vida da igreja. Uma igreja comprometida com missões cultiva a oração individual e coletiva. A igreja missionária só avança de joelhos, em oração. Nada substitui a oração.

Nos laços do Calvário que nos une,
Rev. Luciano Paes Landim.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Autoridades sudanesas fecham escritórios cristãos no sul de Darfur

17 mai 2012 Sudão

Conselho de Igrejas do Sudão (SCC) e escritório de Ajuda ao Sudão, no sul do estado de Darfur, são fechados sem explicação, disseram as fontes: “Agentes da Inteligência Nacional Sudanesa e Serviço de Segurança (NISS) chegaram na organização cristã em Nyala na manhã do dia 22 de abril, e ordenaram que os membros da equipe do SCC entregassem as chaves dos escritórios e veículos e, sem dar nenhuma explicação, ordenaram que deixassem o local imediatament”, disse um colaborador da SCC.

"Eles vieram pela manhã ao nosso escritório e levaram todas as chaves dos gabinetes, e nos expulsaram para fora do complexo, sem nenhuma explicação", compartilhou um colaborador da SCC ao Compass por telefone.
Três membros da equipe de Ajuda ao Sudão foram presos no episódioe levados para um local não revelado, disse a fonte.
"As famílias estão agustiadas por não saberem o paradeiro de seus entes queridos", disse outro colaborador.
Os agentes da NISS também fecharam uma clínica-igreja, que servia para atender os necessitados na região.
Essa ações aconteceram numa época em que o cristianismo, considerado uma religião estrangeira, é cada vez mais perseguido no Sudão. Estima-se que 350.000 sudaneses sulistas, muitos deles cristãos, ainda permanecem no norte de maioria islâmica.

No dia seguinte ao fechamento do SCC e dos escritórios de Ajuda ao Sudão, os membros da equipe relataram que havia mais de uma dúzia de homens para isolar o complexo e que eles estavam armados. Os agentes levaram as chaves de cinco carros e expulsaram os colaboradores do local, segundo um comunicado de imprensa SCC. Três motos também foram apreendidas. "Nós não sabemos o paradeiro dos veículos", disseram os colaboradores da SCC em comunicado.

No dia 24 de abril, a Comissão de Ajuda Humanitária Federal do Sudão congelou as contas bancárias da SCC em Nyala.
Fontes disseram ao Compass que o incidente deixou igrejas do sul de Darfur, profundamente perturbadas e assustadas.

Ao mesmo tempo, o presidente sudanês, Omar al-Bashir, procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade em Darfur, prometeu eliminar qualquer vestígio do cristianismo das Montanhas Nuba alegando que os cristãos dessa região são agentes infiltrados do Ocidente.

Em 20 de abril, ele ordenou aos militares sudaneses que eliminasse das Montanhas de Nuba todos os que se opunham ao seu governo islâmico, e nas últimas semanas ele tem repetidamente declarado jihad contra os povos de Nuba, entre os quais, há muitos cristãos.

Ordenou à TV e rádio estatais que reproduzam músicas incitando os muçulmanos a "lutar contra os infiéis" e "limpar a terra" de sua presença, aumentando os temores dos cristãos sulistas impossibilitados de deixar o norte do país.

As agências humanitárias consideram que o governo islâmico quer fazer uma "limpeza étnica" nas montanhas de Nuba, cujo principal algo são os povos não-árabes, adicionando ao seu discurso a eliminação dos cristãos da região. Além disso, com a escalada do conflito militar entre o Sudão e o Sudão do Sul no mês passado, Bashir prometeu limpar o Sudão do Sul daqueles que ele descreveu como "insetos".

"Queremos ver nossa terra pura, limpa desses insetos", disse ele em meio a aplausos em Port Sudan do dia 20 de abril.
“Os discursos hostis de Bashir e outros oficiais sudaneses tem como objetivo mobilizar os muçulmanos do exterior a financiarem operações militares nos estados de Kordofan e Nilo Azu”, disseram as fontes. Líderes religiosos muçulmanos do Sudão, alegam ter laços com a ala radical dos muçulmanos salafistas, e afirmaram que, não deve haver espaço para igrejas e cristãos no Sudão.

Forças militares sudanesas bombardearam A Igreja Sudanesa de Cristo em 28 de março na região de al-Buram, no sul do estado de Kordofan , disseram testemunhas ao Compass por telefone. As fontes acrescentaram que a vida está se tornando mais difícil para os cristãos no sul de Kordofan, já que o governo do Sudão mobiliza tribos árabes, fornecendo-lhes armas para matar as pessoas.

Ore:
• Peça a Deus que guarde os cristãos de Nuba e Kordofan dos ataques do governo e grupos radicais islâmicos.
• Ore para que os cristãos do Sudão (norte) perseverem na fé e continuem testemunhando de Cristo aos muçulmanos.
• Ore pela paz entre o Sudão (norte) e o Sudão do Sul.

Fonte: Compass Direct
Tradução: Marcelo Peixoto
Link: http://www.portasabertas.org.br/noticias/2012/05/1540965/

LANÇAMENTO DA REVISTA MISSIONÁRIA “MISSIO DEI”

Estamos no mês de aniversário da Missão SAEM. No dia 21 de abril, comemoraremos 18 anos de existência da Sociedade de Apoio Evangelístico e ...