“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” Atos 2.42
Uma das características da Igreja Primitiva era a comunhão. Comunhão significa “compartilhar ou ter tudo em comum”. Na caminhada da fé cristã a comunhão está profundamente ligada. Não existe divórcio nem dicotomia entre fé cristã e comunhão. A comunhão sem caminhada cristã, ou caminhada cristã sem comunhão deixa de ser koinonia para ser koinonite (koinonia refere-se à comunhão fraternal, enquanto que koinonite refere-se a uma doença relacional). A comunhão anda de mãos juntas com a jornada cristã. É uma condição indispensável para o caminhar com eficiência e eficácia.
A nossa comunhão com Deus depende muito de nossa comunhão com o próximo. A Bíblia diz que para recebermos o perdão de Deus, antes, precisamos perdoar o nosso próximo: “se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6.15). As Escrituras Sagradas também afirmam que para Deus aceitar a nossa oferta é preciso antes reconciliarmos com o nosso irmão: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mateus 5.23,24). Isto nos ensina que a verdadeira religião está embasada mais na direção horizontal do que na vertical: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tiago 1.27).
Comunhão é mais que bolo e café. É mais que sentarmos juntos e tomarmos uma refeição. É viver a transparência do Evangelho. É ser verdadeiro com o próximo. É saber que nossas diferenças representam a multiforme sabedoria de Deus que nos complementam uns aos outros. Nossas diferenças não devem nos dividir, mas nos integrar. Comunhão não é simplesmente sentarmos e tomarmos um delicioso café e comer um bolo. É mais do que compartilhar o que temos. É compartilhar o que somos.
Comunhão é perseverar em buscar ser amigo dos nossos inimigos. É virar a outra face. É compartilhar a vida, a esperança, o perdão e o amor. Comunhão é insistir em partilhar o pão, não ter apenas momentos de caridade. É perseverar juntos na oração. É termos um só pensamento e um só coração.
Sejamos unidos na obra do Senhor, pois assim, avançaremos mais rápido e eficiente na proclamação do Evangelho. Devemos esquecer as nossas “diferenças” e agirmos com harmonia em favor do Reino de Deus.
Nos laços do Calvário que nos une,
e no amor Daquele que nos diz “ame o teu próximo como a ti mesmo”,
Rev. Luciano Paes Landim
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