Existem coisas que são inexplicáveis à mente humana. Umas são visíveis, outras não são possíveis serem vistas a olho nu. Ainda outras, são apenas sentidas. Sentidas através do coração e da alma. Coisas estas que foram criadas pelo bondoso Deus. Alguns anjos são seres espirituais, outros são seres humanos. De qualquer forma, todos foram criados por Deus. Entretanto, a questão não é se existem ou deixem de existir. Afinal, o que foi criado o foi para a glória de Deus e o que não foi criado o não foi também para a glória de Deus. Mas uma coisa é certa: Deus cria anjos sem asas. Anjos que comem e bebem com a gente. Anjos que dormem, acordam, brincam, brigam e se divertem conosco. Anjos que vem e vão. Anjos que deixam muitas alegrias e saudades. O meu anjo se foi. Foi para os braços de Deus. Nunca vi o meu anjo voando, mas sempre trabalhando.
Homenagem a minha querida mãe, dona Raimunda, de saudosa lembrança.
Luciano Paes Landim.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
A Base Bíblica de Missões em Mt 28.19-20
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século.” (Mt 28.19-20)
O texto de Mt 28.19-20 é conhecido como a Grande Comissão. O mesmo não é “uma mera missão” que abaliza a ideia de que a preocupação principal da Igreja deve ser o convertimento de pessoas e o estabelecimento de igrejas. Biblicamente falando, é mais do que isso. É um chamado que o Senhor ressurreto faz à Igreja para que ela se dedique e se sagre a formar discípulos que reconheçam seu Senhorio universal , se integrem ao povo de Deus e efetuem a incumbência de Jesus, que inclui todos os aspectos da vida humana. Isto pode ser chamado de missão integral .
A palavra “ide” no grego não é um verbo no imperativo, mas um particípio significando “indo”, ou “enquanto estejam indo”. O termo usado “hebraisticamente” tem o sentido de “forma de viver”. Ou seja, a missão tem de ser vista como a razão da Igreja, a filosofia de vida do povo de Deus. Trata-se de uma forma de falar coerente com a forma de viver. Significa que quem vai fazer discípulos vai como discípulo; quem batiza vai como batizado; e quem educa vai como quem foi educado de acordo com as coisas que Jesus ensinou. As palavras “batizando” e “ensinando” também são particípios. O único verbo no imperativo é “fazei discípulos”, que no grego é uma palavra só “discipulem”. A expressão “todas as nações”, no grego é “pants tá ethne”, que não significa necessariamente países, mas sim, grupos de povos, “povos étnicos”, raças.
O tema “missão” tem sido discutido em congressos, conferências, seminários, palestras, simpósios, encontros e exposições. Todavia, é um assunto profundamente inquietante no que tange à “atitude”, prática, da missão dentro e a partir da Igreja. O que nos incomoda e preocupa é a verossimilhança deste assunto estar se contornando em grande parte, no que o missionário Ronaldo Almeida Lidório chama de um mero “modismo” em nosso meio. Para ele, “’modismo’ é algo que causa grande agitamento em determinadas épocas, porém, não possui raízes e nem deixa marcas. E pior: é improdutivo”. É um assunto debatido e teorizado, até mesmo iniciado, porém não prosseguido nem persistido como deveria ser. Paremos de ser estudiosos e debatedores de missão e sejamos missionários! Hoje, somente de aborígines não alcançados pelo Evangelho, segundo Ronaldo Lidório , existe no mundo 300 milhões. Isto é bem maior que a população do nosso país. Isso sem falar das grandes massas urbanas, muitas vezes nominalmente cristianizadas, mas na verdade completamente pagãs.
Diante disto, devemos indagar: Onde estão os que têm se levantado para obedecer ao mandamento do Mestre, movidos e agitados por uma ardente e abrasadora paixão pelas vidas sedentas? Onde estão os que têm se levantado, dispostos a se desgastarem para levar o Evangelho até o último povo perdido sobre a Terra? Onde estão os cristãos de corações inflamados pelo poder de Deus que desejam se envolver com missão? Onde estão os cristãos decididos a morrer pela causa de Cristo? Onde estão os que existem para glorificar ao Senhor do Universo?
Como cristãos, precisamos entender alguns conceitos indispensáveis sobre missão baseando-se nas Sagradas Escrituras. Afinal, missão (glorificar e anunciar a glória de Deus), é o chamado da Igreja e deve ser perseguido vigorosamente, tanto dentro como fora da Igreja. Deste modo, o chamado da Igreja também é sustentar aqueles que são enviados para fazer essa obra, sustento esse se torna um sacrifício financeiro.
A atividade missionária é, primeiramente, um trabalho do Deus Trino: “Ide... batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19, grifo nosso). Missão é a atividade divina que emerge da própria natureza de Deus. O Deus da Bíblia é um Deus que “envia”; eis aí, portanto, o significado da palavra. Ele enviou os profetas a Israel, e enviou seu Filho ao mundo. Este, por sua vez, enviou os apóstolos, os setenta e a Igreja. Enviou também o Espírito Santo à Igreja, e hoje o envia aos... corações. Assim, a missão da Igreja resulta da própria missão de Deus, e nela tem de ser modelada. Entre as declarações mais importantes do Pacto de Lausanne , está aquela que afirma o propósito missionário do Deus Trino: “Afirmamos a nossa crença no único Deus eterno, Criador e Senhor do Mundo, Pai, Filho e Espírito Santo, que governa todas as coisas segundo o propósito da sua vontade. Ele tem chamado do mundo um povo para si, enviando-o novamente ao mundo como seus servos e testemunhas, para estender o seu reino, edificar o corpo de Cristo, e também para a glória do seu nome.
Confessamos, envergonhados, que muitas vezes negamos o nosso chamado e falhamos em nossa missão, em razão de nos termos conformado ao mundo ou nos termos isolado demasiadamente. Contudo, regozijamo-nos com o fato de que, mesmo transportado em vasos de barro, o evangelho continua sendo um tesouro precioso. À tarefa de tornar esse tesouro conhecido, no poder do Espírito Santo, desejamos dedicar-nos novamente”.
William J. Larkin Jr. nos lembra que: “A narrativa de Lucas apresenta cada pessoa da Divindade como ‘enviador’, comissionando e promovendo a missão. Cada pessoa da Trindade é também um ‘enviado’, um agente missionário bem como um participante trabalhando por meio dos agentes humanos”. Quem tem uma missão é o próprio Deus, a missão é dEle. O Pai, o Filho e o Espírito Santo é quem tem uma missão em direção e em benefício da humanidade caída. Ou seja, há uma descentralização do homem, da Igreja e das agências missionárias como os protagonistas da missão. Esses meios que Deus usa são os coadjuvantes de sua missão. É Deus quem tem uma missão no mundo. A Igreja tem o privilégio de ser participante da missão de Deus. De tal modo, o Deus Trino é o Autor, a Fonte de poder e o Articulador de toda atividade missionária. Ou seja, a missão cristã está relacionada ao Deus Trino onde o seu ponto central se converte em Jesus Cristo cuja chave é o seu entendimento. O Deus Trino é o ponto de partida, seja para a elaboração de uma teologia bíblica de missão, seja para o estudo da História das Missões. Sendo que só se pode entender a História das Missões à luz dos atos de Deus na história, desde a criação do Universo. A missão está voltada para cima “a glória de Deus”, para dentro “a edificação da Igreja” e para fora “a evangelização dos pecadores”.
Nos laços do Calvário que nos une,
Rev. Luciano Paes Landim
sábado, 18 de fevereiro de 2012
ESTRATÉGIAS DE EVANGELIZAÇÃO URBANA (Parte 03)
INTRODUÇÃO: Quantas igrejas existem em sua cidade? Biblicamente, apenas uma. Existe somente um corpo, um só Espírito, uma só esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai (Ef 4.4-6; 1Co 12.12). John Stott afirmou: “A unidade da igreja é tão indestrutível quanto a unidade do próprio Deus. Dividir a igreja é tão absurdo quanto dividir o próprio Deus”. Ou seja, se as igrejas esperam evangelizar integral e transformadoramente as cidades, elas precisarão se unir e formalizar coalizões que expressem sua visão de Reino. Esta unidade, no entanto, opera também com diversidade.
DISTRIBUIÇÃO DE FOLHETOS: Oportunidades sem conta são perdidas porque não temos folhetos na hora certa. Devemos ter folhetos no emprego, em casa, na bolsa ou carteira, etc. Devemos distribuir folhetos em feiras, rodoviárias, escolas, universidades, etc.
O ENVIO DE CARTAS E LITERATURAS PELOS CORREIOS: É uma forma de enviar convites pessoais, para participarem da programação da igreja, aos visitantes ou interessados que permitiram serem cadastrados. Também é uma forma de evangelizar através de literaturas: Bíblias, porções da Bíblia, livretos, folhetos evangelísticos, etc.
TELE-EVANGELISMO: As ligações telefônicas deverão ser breves e terão por objetivo: mostrar o interesse da igreja pela pessoa contatada; convidar para os cultos da igreja; orar pela pessoa e sua família; anotar o pedido de oração do contatado. Quando entrar a secretária eletrônica, o “tele-evangelista” deixará uma breve mensagem gravada, a fim de aproveitar a ligação.
ENVIO DE E-MAILS: Através do cadastro dos visitantes será possível enviar e-mails com mensagens bíblicas. Podem-se enviar e-mails como convites, quando houver programação especial na igreja: Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças, Dia da Mulher, Encontro de Casais, etc.
AÇÃO SOCIAL: “... partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração” (At 2.46). “A vida não me é mais preciosa que o laço sagrado que a liga ao bem estar público de nossa cidade” (João Calvino). A ação social cria pontes para a evangelização. Evangelização e ação social são os dois lados da mesma moeda. Devemos criar escolas, creches, orfanatos, casas de recuperação, hospitais, faculdades, etc.
CONCLUSÃO: A igreja contemporânea precisa levar mais a sério a evangelização integral das cidades. Ela deve influenciar decisivamente a cultura e impactar o processo histórico das nações. Tudo isso só é possível com uma teologia mais vigorosa, a busca constante por uma visão saudável de mundo, a contribuição de cada igreja local para a transformação da sociedade e, fundamentalmente, mostrando suas marcas indeléveis, exercendo suas funções biblicamente, e atuando com plantação e revitalização de igrejas saudáveis.
Nos laços do Calvário que nos une,
Pr. Luciano Paes Landim.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
O Sustento Missionário, Um Sacrifício Financeiro
“Se Deus quer a evangelização do mundo, mas te recusas a sustentar as missões, então opões-te à vontade de Deus.” Oswald Smith INTRODUÇÃO A Bíblia diz que a contribuição não é um peso, mas uma graça. Graça é um dom imerecido: “Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia” (2Co 8.1). A contribuição não é somente alguma coisa que apresentamos a Deus, porém, principalmente, uma graça que Deus concede a nós. Deus nos dá o privilégio de sermos parceiros no grande projeto de evangelização do mundo e assistência aos santos. A contribuição é uma semeadura e o dinheiro é uma semente. A sementeira que se multiplica é a que semeamos e não a que comemos. Quando semeamos com abundância, colhemos com abastança: “E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará” (2Co 9.6). 1. A DIFICULDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA: Alguém disse que os jovens gastam mais com refrigerantes do que com a obra missionária, que as mulheres gastam mais com cosméticos do que com a obra missionária, que os homens gastam mais com sua bebida preferida ou seu esporte favorito do que com a obra missionária e que muitos gastam mais com o veterinário do seu cãozinho de estimação do que com a obra missionária. A dificuldade missionária da igreja não é carência de recursos, mas de uma mordomia, administração, certa dos recursos financeiros dados pelo Senhor. 2. DOIS OBSTÁCULOS POSTOS NA OBRA MISSIONÁRIA: Segundo Arival Dias Casimiro, sempre que uma igreja local é chamada para investir em missão dois obstáculos são postos: 1. “O que arrecadamos é pouco e mal dá para atender às nossas necessidades”. 2. “A nossa igreja é pobre e não tem recursos para investir em missão”. Biblicamente falando, não há qualquer base para estes dois argumentos. Quando o Espírito Santo age em uma igreja local as finanças da mesma são apreciadas puramente para demonstrar o amor de Deus por meio do auxílio aos necessitados: “Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum... Porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade” (At 4.32,34,35). É o Espírito de Deus quem desperta a solidariedade na igreja. Lembremos que Ele não precisa de dinheiro para agir. Não é Deus quem precisa de dinheiro. Nós é que recebemos bondosamente a graça de poder contribuir para o Reino de Deus. Deus é o Dono dos nossos bens, por conseguinte, Ele independe dos nossos recursos materiais. O problema que existe hoje é que somos diferentes dos cristãos do primeiro século. Na Igreja Primitiva os crentes contavam o testemunho assim: “Antes de sermos cristãos tínhamos casas e fazendas, e agora que somos convertidos a Cristo vendemos tudo e distribuímos aos pobres”. Hoje em dia, o que falamos é o oposto: “Antes de sermos cristãos não tínhamos casa nem carro, agora que somos crentes temos casa e carro”. O testemunho que deve ser proclamado é o da mensagem da cruz, o Evangelho de Deus. 3. A IMPORTÂNCIA DE CONTRIBUIR PARA O SUSTENTO MISSIONÁRIO: É triste ouvir testemunhos de missionários que estão passando necessidades por negligência e descuidos de alguns que se dizem serem filhos de Deus. No entanto, são mercenários que roubam a Deus. Também é uma aflição vê o dinheiro ser gasto com e em coisas supérfluas. Sabemos que os dízimos e as ofertas são para manterem a casa do tesouro (os obreiros) e não para construir “palácios e castelos”, sendo que todos eles serão destruídos e que Deus não habita neles, mas, nos seres humanos . Segundo At 20.35 todo missionário deve ser o primeiro a ofertar, todo contribuinte na obra missionária é abençoado e todo recurso ofertado deve ser aplicado para suprir necessidades: “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber”. Apesar da negligência de alguns, Deus ainda providencia os recursos necessários para o sustento da obra missionária. A obra de Deus não para. Ela avança. 4. DEUS PROVIDENCIA OS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA A OBRA MISSIONÁRIA: Deus é tão gracioso que quando a igreja vive em obediência missionária, investindo em missão, Ele providencia os recursos materiais necessários: “Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus. E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades. Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (Fp 4.18-20). Assim, Paulo demonstra que o poder que atua com eficiência na igreja é o poder do Espírito Santo e não do dinheiro. Aqui está um alerta: Deus julga nossas ofertas pela nossa motivação e não pela soma ofertada. Portanto, tenhamos cuidado com a maneira como ofertamos a Deus (ver At 5.1-11). 5. O SUSTENTO MISSIONÁRIO DE PAULO: O apóstolo Paulo nos motiva a contribuir para a obra de Deus: a) Mesmo quando as circunstâncias estão difíceis: “Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade.” (2Co 8.1,2); b) Pela graça de contribuir: “Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos” (2Co 8.3,4); c) Seguindo o exemplo de Jesus (ver 2Co 8.5-9); d) Pela fé (ver 2Co 8.13-24). Agora, analisemos o sustento missionário de Paulo: a) Empregou-se de uma profissão alternativa (fazedor de tendas) para alçar o seu sustento para não escandalizar os irmãos de Corinto. Hoje, “fazedor de tendas” é o nome que se dá aos profissionais liberais que são enviados como voluntários para oferecerem serviços sociais às populações necessitadas nos países onde ser cristão ainda é crime. É uma solução usada para colocar legalmente um missionário num país desses; do contrário, ele nunca poderia ser aceito; b) Paulo e Barnabé foram enviados pela igreja de Antioquia e esta deve tê-los sustentado (ver At 13.1-4); c) Paulo afirma que recebeu ajuda da igreja filipense: “pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora” (Fp 1.5; ver 4.15-18); d) Paulo expõe que recebeu igualmente ajuda de outras igrejas macedônias: “Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários” (2Co 8.1-3); e) Paulo estimulou a igreja dos coríntios a contribuir: “o que nos levou a recomendar a Tito que, como começou, assim também complete esta graça entre vós” (2Co 8.6); f) Paulo pensava que a igreja de Roma pudesse ajudá-lo em seu trabalho missionário na Espanha (Rm 15.2-24). Observemos, agora, o sustento financeiro em Filipenses 4.10-20. Lendo esta referência bíblica notaremos os princípios de contribuição financeira para a igreja. Lembremo-nos de que os irmãos filipenses se mostraram tão generosos, em seu apoio financeiro, que o missionário Paulo tinha tudo com abundância: a) A igreja deve estar associada ao missionário: “Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação. E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros” (14,15). b) A igreja deve cuidar e suprir as necessidades do missionário: “porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades” (16). c) A igreja deve entender o princípio financeiro de Deus: “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (19). d) A igreja deve saber que a oferta missionária agrada a Deus: “Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus (18). e) A igreja deve saber que a oferta missionária resulta em glória a Deus: “Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (20). 6. PADRÕES GERAIS DE SUSTENTO MISSIONÁRIO EM ALGUNS PAÍSES: Observemos agora alguns padrões gerais de sustento missionário em outros países citados pelo missionário Ronaldo Almeida Lidório: a) No noroeste africano as pequenas igrejas tribais plantam campos de arroz coletivamente. Quando 5 ou 6 campos são plantados eles separam o melhor deles para “missões”. O arroz produzido naquele campo é vendido e enviado a crentes que habitam em outras tribos com o intuito de levar ali o Evangelho. b) No sul da Índia há o costume de famílias de missionários serem “adotadas” por um grupo de famílias de uma determinada região que os sustentam de acordo com o seu padrão médio de vida. c) Na China vários crentes separam uma árvore em seu pomar, um dia de trabalho por semana ou uma galinha em seu galinheiro cujo lucro é destinado ao trabalho missionário. d) Na Indonésia algumas aldeias criaram o “dia da oferta” e todos naquele dia trazem parte da colheita a fim de enviarem aos seus missionários. e) Em Portugal uma pequena igreja no Porto desenvolve um projeto escolar no templo ajudando a comunidade local e destinando o lucro para o sustento de projetos missionários nacionais e transculturais. f) Algumas igrejas coreanas defendem a tese de que, havendo fidelidade nos dízimos, a igreja local ver-se-á sempre em condições de sustentar condignamente a obra missionária proposta. 7. COMO DEVEMOS CONTRIBUIR PARA A OBRA MISSIONÁRIA: Lendo as cartas de Paulo aos coríntios veremos que devemos contribuir para a obra de Deus com: a) Alegria: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2Co 9.7). b) Proporcionalidade: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for” (1Co 16.2). c) Regularidade: (ver acima 1Co 16.2). d) Sacrifício: “Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus” (2Co 8.3-5). 8. FAZENDO O MAIOR INVESTIMENTO DO MUNDO: Contribuir para missão é fazer o maior investimento do mundo, é ajuntar tesouros no céu: “mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam” (Mt 6.20). Precisamos contribuir para a obra missionária, afinal, “os que anunciam o evangelho que vivam do evangelho” (1Co 9.14). Missão é tarefa da igreja, portanto, devemos investir tudo o que somos e tudo o que temos na evangelização dos pecadores. Se não for assim, não estamos crendo que seja essa a tarefa da igreja. Se amamos as pessoas que não têm Jesus, precisamos contribuir para missão. Alguém disse: “Podemos dar sem amar, porém não podemos amar sem dar”. É pasmoso pensar, e muito menos aceitar, a triste e deprimente realidade de que os crentes brasileiros gastam mais com Coca-Cola do que com aquilo que dizem acreditar: Missão. Hudson Taylor disse: “A obra de Deus, feita segundo a vontade de Deus, no tempo de Deus, tem os recursos de Deus”. Mas é lamentável que ainda não estamos usando o potencial que temos como igrejas para o sustento de nossos missionários. Precisamos despertar para a sustentação financeira da obra missionária. O apoio financeiro de missões deixará de ser um problema quando a paixão pelos perdidos arder no coração da Igreja. Russel Shedd afirma: “O envolvimento das igrejas do Brasil em missões é ainda pequeno. No Congresso Brasileiro de Missões 1993 foi afirmado que a contribuição de cada crente era R$1.30 por ano. Temos em torno de um missionário para 10.000 crentes. Este quadro mudará radicalmente se Deus nos der uma visão nova que levantará centenas de candidatos para a obra transcultural. O temor que não teremos dinheiro suficiente para nossas necessidades locais para abençoar as nações evaporará. O temor que os nossos jovens não terão a coragem e perseverança para enfrentar os desafios tremendos que o missionário transcultural tem de enfrentar desaparecerá. O temor que o alto custo do envio e manutenção de obreiros não trará um retorno compensador entre os povos não-alcançados esvanecerá. O temor dos pais de orar para que seus filhos se ofereçam para missões diminuirá. Em fim, a promessa feita a Abraão e repetida por Jesus se cumprirá e Ele voltará para galardoar os seus destemidos servos”. CONCLUSÃO Portanto, o que se pode concluir é que: 1. O sustento financeiro de missão é uma responsabilidade básica e contínua das igrejas locais em todo lugar. 2. Que os missionários não devem ter que “implorar” por apoio, pois esta atividade deve ser natural da igreja local. 3. O sistema de apoio deve permitir que os missionários utilizem o máximo de seu tempo e energia no trabalho missionário e todo trabalho missionário é “uma obra de fé”, do começo ao fim. 4. Todo cristão deve ser um ofertante fiel na obra missionária. 5. Toda oferta deve ser vista como um privilégio da graça de Deus. 6. Deus não precisa da minha oferta, mas sou eu que preciso contribuir. 7. Generosidade nasce em momentos de escassez. 8. A maneira bíblica de aumentar a arrecadação da nossa igreja é investindo em missões. “Contribui de acordo com tua renda para que Deus não torne a tua renda segundo a tua contribuição.” Peter Marshall Nos laços do Calvário que nos une, Rev. Luciano Paes Landim. www.lucianopaeslandim.blogspot.com Bibliografia A Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. 2 ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Casimiro, Arival Dias. (2009). Plante Igrejas: princípios bíblicos para plantação e revitalização de igrejas. Santa Bárbara d’Oeste, SP: SOCEP Editora Editora Cristã Evangélica. Missões, o Grande Desafio Continua. (Ano XXIV, Nº 2). São José dos Campos, SP. Fábio, Caio. (1997). Uma Graça Que Poucos Desejam. Rio de Janeiro, RJ: VINDE. Lidório, Ronaldo Almeida. (2007). Restaurando o Ardor Missionário. Rio de Janeiro, RJ: CPAD. Murray, Andrew. (1999). A Chave do Problema Missionário. Camanducaia, MG: Editora Missão Horizontes. Nasser, Antonio C. (2004). A Igreja Apaixonada Por Missões. São Paulo, SP: Abba Press. Prado, Oswaldo. (2001). Do Chamado ao Campo. São Paulo, SP: Editora Sepal. Queiroz, Edison. (1998). Administrar Missões. São Paulo, SP: Vida Nova. _____________ (1999). A Administração das Finanças na Obra Missionária. Curitiba, PR: Editora Descoberta. _____________ (1999). O Melhor Para Missões. Curitiba, PR: Editora Descoberta. _____________ (2009). A Igreja Local e Missões. São Paulo, SP: Vida Nova. Revista Educação Cristã. (Volume X). A Igreja Local e Missões. Santa Bárbara D’Oeste, SP: SOCEP.
AS VÁRIAS FACES DA DOENÇA
Jesus Cristo dedicou boa parte do seu ministério aos enfermos. Os Evangelhos contêm numerosos relatos sobre curas que Jesus efetuou. Jesus é a esperança dos desesperados. Ao realizar diversas curas, mostrou as várias faces das enfermidades: 1ª Face: Existem casos em que o pecado gera a doença. Veja dois exemplos onde o pecado está relacionado profundamente com a enfermidade: a) O paralítico de Betesda: “Mais tarde, Jesus o encontrou no templo e lhe disse: Olha que já estás curado; não pequeis mais, para que não te suceda coisa pior” (João 5.14, ARA); b) O paralítico em Cafarnaum (conferir Lucas 5.17-26). Observe que Jesus somente curou suas pernas depois de perdoar-lhe os pecados. 2ª Face: Existem casos em que tanto a doença quanto a morte não decorrem de um pecado específico, mas concorrem para a glória de Deus. Exemplos: a) O cego de nascença: “Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (João 9.3, ARA); b) A grave enfermidade de Lázaro que posteriormente sucumbiu em morte: “Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado” (João 11.4, ARA). 3ª Face: Algumas vezes Jesus cura em resposta à fé do doente. Vejamos a questão da fé relacionada intimamente à enfermidade. Exemplos: a) O caso da mulher que sofria de um fluxo de sangue: “porque dizia consigo mesma: Se eu apenas lhe tocar a veste, ficarei curada” (Mateus 9.21, ARA); b) O leproso que apenas perguntou se Jesus queria curá-lo: “E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me” (Mateus 8.2, ARA); c) Em outras ocasiões é denunciado abertamente o seguinte: “E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles” (Mateus 13.58, ARA). Por outro lado, em algumas ocasiões Jesus curava tão soberanamente que mesmo um pai que clamava por seu filho, admitindo sua falta de fé, não impediu a manifestação do poder de Deus: “E imediatamente o pai do menino exclamou [com lágrimas]: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” (Marcos 9.24, ARA). Há registro de um caso em que a ação soberana de Jesus independeu da fé do enfermo, de amigos ou parentes, como no caso de doença ou deformação causada por espírito maligno (conferir Lucas 13.10-17). Finalmente, houve casos em que havia uma fé autêntica e não havia cura. Foi o caso do apóstolo Paulo que tinha um “espinho na carne” (embora o texto não diga claramente que o espinho na carne fosse uma doença); algo que o atormentava tanto quanto a dor dilacerada de um espinho na carne, mas para o apóstolo, era suficiente a graça de Deus: “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Coríntios 12.7-10, ARA). Nos laços do Calvário que nos une, Rev. Luciano Paes Landim. Texto extraído do livro "Quando Deus Decide Não Curar", 2ª Edição.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Missão: O Tempo é Agora!
Observamos na Bíblia a urgência: “Escolhei hoje a quem sirvais... Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (grifo nosso, Js 24.15). “Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação: eis agora o tempo sobremodo oportuno, eis agora o dia da salvação” (grifo nosso, 2Co 6.2). Pregar o Evangelho é a nossa missão (Mt 28.19,20). Mesmo que os outros não queiram ir, devemos partir. Devemos anunciar a Palavra de vida mesmo que os recursos sejam poucos ou que haja obstáculos. Necessitamos obedecer a voz do Mestre usando os meios disponíveis, caso contrário, estaremos cometendo pecado de desobediência. Verdadeiramente, a seara é grande e poucos são os ceifeiros (Mt 9.37). Entretanto, fomos salvos, chamados e escolhidos para exercer o maior ofício que alguém pode ter na Terra: o trabalho de um missionário. Legitimamente, somos privilegiados por sermos cooperadores de Deus no projeto de redenção. Pois, levando a sério a vocação missionária da Igreja, experimentaremos as grandes riquezas do nosso Senhor. A Igreja não é decorrência da ação humana. A sua procedência é divina. Foi Jesus quem disse: “... edificarei a minha igreja...” (Mt 16.18). Jesus Cristo é o Dono e Edificador da Igreja. Portanto, a missão de proclamar a mensagem do Evangelho foi conferida à Igreja. No entanto, quando isto não acontece, ela não tem o direito de ser chamada de “Igreja de Jesus”. Se realmente fomos alcançados pela graça salvadora de Deus, devemos evidenciá-la através da nossa obediência ao mandamento do IDE: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15; At 1.8). Sendo que a nossa missão é fazer discípulos para Cristo. Deste modo, teremos a grande recompensa. Nos laços do Calvário que nos une, Rev. Luciano Paes Landim
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