quarta-feira, 16 de maio de 2012
A Igreja Que Queremos Ser (Parte 02)
Uma igreja que tem comunhão
Atos 2.42, 44 e 46 diz: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração”. Aqui fica claro o convívio coletivo dos crentes na adoração. Significa parceria e compartilhamento. Uma das características da igreja primitiva era a comunhão. Comunhão significa “compartilhar ou ter tudo em comum”. Na caminhada da fé cristã a comunhão está profundamente ligada. Não existe divórcio nem dicotomia entre fé cristã e comunhão.
A comunhão sem caminhada cristã, ou caminhada cristã sem comunhão deixa de ser koinonia para ser koinonite (koinonia refere-se à comunhão fraternal, enquanto que koinonite refere-se a uma doença relacional).
A comunhão anda de mãos juntas com a jornada cristã. É uma condição indispensável para o caminhar com eficiência e eficácia. A nossa comunhão com Deus depende muito de nossa comunhão com o próximo. A Bíblia diz que para recebermos o perdão de Deus, antes, precisamos perdoar o nosso próximo: “se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6.15). As Escrituras Sagradas também afirmam que para Deus aceitar a nossa oferta é preciso antes reconciliar com o nosso irmão: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mateus 5.23,24). Isto nos ensina que a verdadeira religião tem forte base na direção horizontal: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tiago 1.27).
Comunhão é mais que bolo e café. É mais que sentarmos juntos e tomarmos uma refeição. É viver a transparência do Evangelho. É ser verdadeiro com o próximo. É saber que nossas diferenças representam a multiforme sabedoria de Deus que nos complementam uns aos outros. Nossas diferenças não devem nos dividir, mas nos integrar em prol da evangelização dos perdidos (“diferenças” aqui não se referem a doutrinas. Pelo contrário, o que deve nos unir são exatamente as doutrinas bíblicas, de maneira que todas as heresias devem ser rejeitadas).
Comunhão é mais do que compartilhar o que temos. É compartilhar o que somos. Comunhão é perseverar em buscar ser amigo dos nossos inimigos. É virar a outra face. É compartilhar a vida, a esperança, o perdão e o amor. Comunhão é insistir em partilhar o pão, não ter apenas momentos de caridade. É perseverar juntos na oração. É termos um só pensamento e um só coração. Devemos buscar a unidade: quando meia dúzia de laranjas está dentro de um saco há união e quando se faz suco com as laranjas há unidade.
Só é possível ser uma igreja comprometida com missões através da comunhão com Deus e com os irmãos. Necessitamos tomar cuidado para não perder a sensibilidade da parceria, do companheirismo e da amizade de Deus, porque operando assim jamais temeremos coisa nenhuma. A igreja deve preservar a sua unidade e cada cristão precisa fazer a sua parte, para que as boas novas sejam levadas a todas as nações. Não podemos continuar esquentando os bancos de nossas igrejas. Devemos pedir ao Deus Missionário para que acenda o nosso coração por missões.
Nos laços do Calvário que nos une,
Rev. Luciano Paes Landim.
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