quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Arábia Saudita
A liberdade religiosa não existe nesse reino islâmico. Todos os envolvidos em reuniões religiosas não muçulmanas podem ser presos, deportados ou torturados
A Igreja e a Perseguição Religiosa
A Igreja
De acordo com a tradição, o apóstolo Barnabé foi o primeiro a levar o evangelho à Arábia Saudita. Quando o islamismo chegou à região já havia uma grande população de cristãos. Após o islamismo assumir o controle no século VII, todos os cristãos foram expulsos do país. Desde então, nenhuma missão foi autorizada a entrar na Arábia Saudita. Atualmente, a maioria dos cristãos no território saudita é constituída de estrangeiros que vivem e trabalham nas bases militares ou para as companhias de petróleo. Há um pequeno grupo de cristãos sauditas não declarados, vivendo sob constante temor de ser descobertos, presos e executados. Eles encaram os novos convertidos não com júbilo, mas com medo e suspeita, e esta atitude impede o crescimento da Igreja. Há convertidos sauditas, mas é extremamente difícil se chegar a um número exato, pois não estão organizados em igrejas, nem em grupos domésticos.
A perseguição
O governo não reconhece legalmente a liberdade religiosa e nem dá proteção a grupos que se reúnam ilegalmente. A prática pública de religiões não muçulmanas é proibida. A Arábia Saudita é uma monarquia islâmica sem proteção legal à liberdade de religião. O islamismo é a religião oficial e a lei exige que todos os cidadãos sejam muçulmanos. De acordo com a Sharia, a apostasia (abandono do islamismo) é considerada um crime punível com a morte, se o acusado não se retratar. O governo reconhece o direito de cristãos estrangeiros cultuarem em particular.
Os cristãos que exercem sua fé de modo particular e discreto quase nunca são incomodados. Entretanto, há problemas quando cidadãos se queixam dos cultos realizados pelos vizinhos. Alguns alegam que informantes pagos pelas autoridades se infiltram em seus grupos cristãos particulares. O governo oferece uma recompensa equivalente a um ano de salário – um prêmio tentador para muitos – a qualquer pessoa que denunciar uma reunião cristã. O proselitismo e a distribuição de materiais não muçulmanos, como Bíblias, são ilegais. Tais materiais estão sujeitos ao confisco, apesar de as normas parecerem aplicar-se arbitrariamente. O governo restringe a liberdade de expressão e de associação; a imprensa exerce a autocensura com relação a assuntos delicados, como a liberdade de religião.
História e Política
Circundada pelo Mar Vermelho e pelo Golfo Pérsico, a Arábia Saudita está localizada no coração do Oriente Médio e possui fronteiras com sete países. Grande parte de seu território é desértico, com a presença de alguns poucos oásis. A maioria dos sauditas vive em grandes cidades, tais como Riad (sede do reinado), Jidá (onde se localiza o mais importante porto do país), Ad Damman (produtora de petróleo), Meca (o coração do islã, aonde todos os muçulmanos do mundo devem ir pelo menos uma vez na vida) e Medina (cidade sagrada e centro cultural). Medina é a cidade para a qual Maomé fugiu, [Hégira] em 622 d.C., quando foi perseguido em Meca por divulgar o Islã.
Acredita-se que a Arábia Saudita era o lar original de alguns povos bíblicos, como os cananeus e os amorreus. Muitos impérios antigos dominaram o território saudita nos períodos anteriores ao nascimento de Cristo. Alexandre, o Grande, tinha planos de conquistar a região, mas morreu antes de realizá-los. O primeiro grande acontecimento que marcou a Arábia Saudita foi o nascimento de Maomé, em 570. Por seu intermédio, o islã foi fundado no século VII e, desde então, as batalhas políticas e históricas ocorridas no país ficaram restritas às várias vertentes islâmicas lutando pelo poder. O nome saudita deriva de uma disputa política entre duas famílias tradicionais da Arábia, os Al Saud e os Al Rashid, em que os primeiros saíram vitoriosos. Após reconquistar e unificar (1932) os reinos dominados pela família Al Rashid, o rei Ibn Saud deu à Arábia seu sobrenome, permanecendo até hoje como Reino Arábia Saudita.
Desde então, este reino tem procurado caminhar em uma frágil linha entre o relacionamento com o mundo exterior e o isolamento, para preservar a pureza da fé islâmica. Atualmente, o país continua sendo governado por uma monarquia baseada na Sharia, a lei islâmica. Em março de 1992, uma série de decretos reais criou o primeiro Código de Direitos do país. Não há poder legislativo e as leis são estabelecidas pelo rei e por seus ministros. Em sua bandeira há uma frase que define o tipo de política adotada pelo Reino Saudita - o país é um Estado islâmico governado por uma monarquia, o rei é o chefe de estado e governo. O texto em árabe diz: “Não há nenhum Deus além de Alá e Maomé é seu profeta”. Esse texto é a Shahada, que significa “testemunho” e é a declaração de fé islâmica, a profissão de fé dos muçulmanos e o primeiro dos cinco pilares do Islã.
Na Arábia Saudita, é o Islã que legitima o governo do rei, que é responsável pela manutenção do estado teocrático.
População
Há cerca de 42 grupos étnicos na Árabia Saudita, todos unidos por um forte nacionalismo religioso. A população é adepta do Islamismo Sunita.
Economia
A Arábia Saudita tem uma economia baseada no petróleo, com forte controle governamental sobre as principais atividades econômicas. Possui cerca de 20% das reservas mundiais de petróleo comprovadas, classificando-se como o maior exportador de petróleo do mundo e desempenhando um papel de liderança na OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). O setor petrolífero representa cerca de 80% das receitas orçamentais, 45% do PIB e 90% das receitas de exportação. A Arábia Saudita incentiva o crescimento do setor privado, a fim de diversificar a sua economia e empregar mais cidadãos sauditas.
O país tem aumentado os esforços nas áreas de geração de energia, telecomunicações, exploração de gás natural e petroquímica. Quase 6 milhões de trabalhadores estrangeiros desempenham um papel importante na economia do país, especialmente nos setores de petróleo e de serviços, enquanto Riad luta para reduzir o desemprego entre os seus nacionais. As autoridades estão particularmente concentradas em empregar sua grande população jovem, que geralmente não tem a educação e as competências técnicas para atender às necessidades do setor privado. Riad substancialmente impulsionou as despesas relativas à formação profissional e educação, mais recentemente com a abertura da Universidade de Ciência e Tecnologia – a primeira universidade da Arábia Saudita, coeducacional. Como parte de seu esforço para atrair investimentos estrangeiros, a Arábia Saudita aderiu à OMC (Ordem Mundial do Comércio) em dezembro de 2005, depois de muitos anos de negociações. O governo começou a criação de seis "cidades econômicas" em diferentes regiões para atrair investimento estrangeiro, planejando gastar 373 bilhões de dólares entre 2010 e 2014 no desenvolvimento social e nos projetos de infraestrutura, para promover o desenvolvimento econômico do país.
Link: http://www.portasabertas.org.br/cristaosperseguidos/perfil/arabiasaudita/
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