Esboço de Sermão
Mt 28.18-20
Introdução:
1.
Fazer
missões não dá lucro, fazer missões não enriquece, fazer missões não dá fama,
fazer missões só dá prazer, mas só dá prazer pra quem ama as almas.
2.
Jesus, antes de regressar ao céu e derramar seu Espírito, deu
a Grande Comissão aos seus discípulos. Essa Grande Comissão está registrada nos
quatro Evangelhos e também no livro de Atos: Mt 28.18-20, Mc 16.15, Lc
24.46-49, Jo 20.21-22 e At 1.8.
3.
Em Mateus 28.18-20, o Mestre
comissiona seus discípulos a ir por todo o mundo, até aos confins da terra,
proclamando as boas novas de salvação única e exclusiva em Jesus Cristo,
fazendo discípulos de todas as nações. O fato é que Jesus completou
sua obra na cruz. Venceu o diabo e levou sobre si os nossos pecados. Agora
Jesus, o missionário por excelência, comissiona sua igreja a levar essa
mensagem ao mundo inteiro.
4.
A
Grande Comissão é um chamado que o Senhor ressurreto faz à Igreja para que ela
se dedique e se sagre a formar discípulos que reconheçam seu Senhorio universal,
se integrem ao povo de Deus.
5.
O texto bíblico de Mateus 28.18-20 é
bem claro: O próprio Senhor da missão que nos alcançou com a salvação,
comissiona-nos a pregar a salvação pela graça mediante a fé em Jesus Cristo. Ou
seja, não são os pecadores que devem vir à igreja, porém é a igreja que deve ir
aos pecadores. Missões é pescar onde os pecadores estão.
6.
Missões não é um programa ou
departamento da igreja, mas o estilo de vida de todos os cristãos. Todos
aqueles que foram alcançados pelo Evangelho são mandados a pregar as boas novas
de salvação.
(v. 18a) “Jesus, aproximando-se, falou-lhes,
dizendo:”
1.
Jesus
chegou próximo dos discípulos e falou-lhes.
2.
A
Grande Comissão é dada pelo próprio Jesus.
3.
Jesus
é o Missionário por excelência e deseja que os seus discípulos também o sejam.
4.
O
próprio Jesus em sua pessoa, palavra, obra e posição é a autoridade de missões.
5.
Missões
não é invenção humana, ela emerge do próprio Jesus.
(v. 18b) “Toda autoridade me foi dada no céu e na
terra”
1.
Jesus
recebeu o domínio prometido (Dn 7.13-14): “Eu
estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu
um como o filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar
até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e
homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é o domínio eterno, que
não passará, e o seu reino jamais será destruído”.
2.
O
tempo de sua humilhação havia chegado ao fim e Deus o exaltou acima de todas as
coisas (Fp 2.9-11): “Pelo que também Deus
o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que
ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e
toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”.
3.
Autoridade
soberana absoluta – senhorio sobre tudo – é concedida a Cristo “no céu e na
terra”.
4.
Essa
é uma prova clara de sua divindade. Jesus é Deus!
(v. 19) “Portanto”
1.
A
Grande Comissão procede da autoridade Cristo.
2.
Ou
seja, com base na sua autoridade os discípulos foram enviados a fazer
“discípulos de todas as nações”.
3.
A
autoridade de Jesus em seu mandamento direto e inequívoco é nossa principal
razão para o evangelismo e missões.
4.
A
autoridade de Cristo garante o sucesso missionário final.
(v. 19) “Ide”
1.
A
ênfase não é o ide, mas o “fazei discípulos”.
2.
O
único verbo no imperativo é “fazei discípulos”, que no grego é uma palavra só
“discipulem”.
3.
A
palavra “ide” no grego não é um verbo no imperativo, mas um particípio
significando “indo”, ou “enquanto estejam indo”. O termo usado
“hebraisticamente” tem o sentido de “forma de viver”. Ou seja, a missão tem de
ser vista como a razão da Igreja, a filosofia de vida do povo de Deus. Trata-se
de uma forma de falar coerente com a forma de viver. Significa que quem vai
fazer discípulos vai como discípulo; quem batiza vai como batizado; e quem
educa vai como quem foi educado de acordo com as coisas que Jesus ensinou.
4. A
missão contém quatro elementos universais, cada um deles marcado pela palavra “todo”:
“toda autoridade”, “todas as nações”, “todas as coisas que vos tenho ordenado”
e “todos os dias”.
5. Mito missionário: quatro formas de fazer missões – orando, ofertando, enviando ou indo.
(v. 19) “fazei discípulos”
1.
O
ponto principal do mandato de acordo com Mateus é “fazei discípulos”.
2.
Nós
evangelizamos, mas falhamos quanto a fazer discípulos.
3.
O
verbo aqui é tipicamente entendido como “ensinar” ou “treinar”.
4.
Num
sentido, somente Deus “faz discípulos”, mas ele nos envia como mestres e
treinadores para aqueles que ele efetivamente chama.
5.
Discípulo
não é alguém que já aprendeu, mas que está aprendendo sempre.
6.
Esse
treinamento dos discípulos envolve batizá-los e ensiná-los a guardar os
mandamentos.
7.
O
padrão de discipulado cristão é encontrado na vida e no ensinamento de Jesus
Cristo.
8. O cerne
da missão é o discipulado. O imperativo bíblico é: fazei discípulos e não o “ide”. Discipular
pessoas para Jesus é uma ordem intransferível que a igreja tem que
cumprir.
(v.19) “de todas as nações”
1.
“nações”:
A mesma palavra que é com frequência traduzida como “gentios”.
2.
A
grande promessa de que por meio de Abraão todas as nações seriam abençoadas (Gn
12.3) deve ser agora cumprida à medida que os discípulos de Jesus espalham o
reino para todas as nações.
3.
A
expressão “todas as nações”, no grego é “pants tá ethne”, que não significa necessariamente
países, mas sim, grupos de povos, “povos étnicos”, raças.
4.
Destas
diferentes nações haveria de formar-se a igreja universal.
5.
O
amplo escopo do comissionamento dos discípulos é consumado por meio da
autoridade ilimitada de Jesus.
6.
A
Grande Comissão proíbe o nacionalismo, etnocentrismo, provincialismo e
particularismo.
(v. 19) “batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito”
1.
Os
confessos devem ser batizados.
2.
O
batismo é o sinal da união com Cristo e da sua dedicação a Ele.
3.
A
fórmula é uma forte declaração do trinitarianismo.
4.
Os
discípulos devem ser batizados em um nome trino. É um nome, e não “nos nomes
de”, e um batismo porque o Pai, Filho e Espírito Santos são somente um Deus.
5.
Ser
batizado em nome do Pai é ter Deus como Pai (Mt 6.9), ser batizado me nome do
Filho é receber os benefícios daquilo que o Filho de Deus fez pela humanidade
(At 2.38) e ser batizado em nome do Espírito Santo é ter a presença e o poder
do Espírito de Deus que dá vida.
(v. 20) “ensinando-os a guardar todas as coisas que
vos tenho ordenado”
1.
Os
discípulos não devem somente ensinar a pura verdade, mas também ensinar a
obedecer.
2.
Doutrina
e obediência não podem andar separadas.
3.
O
tipo de evangelismo evocado nessa comissão não termina com a conversão do não
crente.
4.
Isso
inclui os ensinamentos de Jesus no Sermão do Monte (Mt 5 – 7) e em Mt 18.
(v. 20) “E eis que estou convosco todos os dias”
1.
Existe
aqui um tocante eco do início do Evangelho de Mateus.
2.
Emanuel
(1.23) “que quer dizer: Deus conosco”, permanece conosco.
3.
Só
com a certeza da presença de Jesus é que os discípulos podem fazer o que Jesus
ordena.
4.
Nós
temos a confiança de que não estamos sozinhos, mesmo nos momentos mais
desanimadores, porque Ele está conosco “sempre”.
(v. 20) “até a consumação do século”
1.
Isto
é, até que ele volte corporalmente para julgar o mundo.
2.
Até
o fim do mundo.
3.
Conclusão,
consumação.
4.
Mt
24.14: “E será pregado este evangelho do
reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”.
Conclusão e Aplicações:
1.
A
atividade missionária é, primeiramente, um trabalho do Deus Trino: “Ide...
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19, grifo
nosso).
2.
Missão
é a atividade divina que emerge da própria natureza de Deus. O Deus da Bíblia é
um Deus que “envia”; eis aí, portanto, o significado da palavra.
3.
Ele
enviou os profetas a Israel, e enviou seu Filho ao mundo. Este, por sua vez,
enviou os apóstolos, os setenta e a Igreja.
4.
Enviou
também o Espírito Santo à Igreja, e hoje o envia aos... corações. Assim, a
missão da Igreja resulta da própria missão de Deus, e nela tem de ser modelada.
5.
Não
há esperança para o mundo fora do Evangelho. Nenhuma religião pode levar o homem
a Deus.
6.
Não
há salvação para o homem fora de Jesus Cristo (Jo 14.6 e 1Tm 2.5).
7.
Somente
Jesus salva. O mundo precisa de Cristo; precisa do Evangelho. Jesus é o
Salvador do mundo.
8.
Como
servos de Deus devemos pregar o arrependimento e proclamar expiação de pecados.
9.
Ilustração: “A Conferência
de Ratos”.
Nos laços do Calvário que nos une,
Luciano Paes Landim.
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