O Que é o Evangelho?
Rm 1.16,17 e Gl
1.9
(Ontem, 15 de novembro, foi realizado o Treinamento Bíblico de Evangelismo na Igreja Internacional BOAS NOVAS em São Sebastião/DF. Abaixo, um resumo da 1ª Palestra)
Introdução:
1.
Sorrateira
e imperceptivelmente, temos trocado o evangelho puro e verdadeiro por outro
inteiramente sujo e falso. O problema reside exatamente aí: o falso evangelho
“aparenta” ser poderoso para salvar, entretanto, obscurece a verdade e
sucumbisse na perdição. Ele é totalmente diferente. Ele falha justamente em não
produzir arrependimento, humildade, transformação e salvação.
2.
O
evangelismo moderno diz: “Jesus te ama, vamos à minha igreja?”, porém, o evangelismo
bíblico diz: “Arrependa-se dos seus pecados e creia no Filho de Deus”.
3.
Hoje
as pessoas “testemunham”: “Antes de conhecer Jesus eu não tinha casa nem carro,
agora que eu conheço Jesus tenho casa e carro”, mas os cristãos da igreja
primitiva testemunhavam: “Antes de conhecer Jesus eu tinha casa e fazenda,
agora que conheço Jesus vendi tudo e distribui aos pobres”.
4.
O
evangelho moderno diz: “Não morrerei enquanto as promessas de Deus não se
cumprir... Quem tem promessas de Deus não morre não”. O antigo e verdadeiro
evangelho diz: “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as,
porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e
peregrinos sobre a terra” (Hb 11.13).
5.
Inquirições: O que é o evangelho? O que não é o evangelho? Como
distinguir o verdadeiro do falso?
I.
O que não é o evangelho:
1. Evangelho não é autoajuda: “Acredite em si
mesmo” (o mantra mais repetido da Nova Era), “Siga o seu coração”. Por que eu
não creio em pregações de autoajuda:
a)
Pregações
de autoajuda ensinam aquilo que o povo quer ouvir e não o que precisa ouvir.
b)
Pregações
de autoajuda tiram Cristo do foco. O foco central de mensagens deste tipo de
mensagem é a satisfação humana.
c)
Pregações
de autoajuda são desprovidas de arrependimento, quebrantamento e centralidade
das Escrituras.
d)
Pregações
de autoajuda não focam na glória de Deus. Para os pregadores do bem estar, o
que importa é a busca pela plenitude de vida, ainda que com isso, Deus tenha
que ser transformado em um menino de recados.
2.
Evangelho não é
confissão positiva: “Determine e as
coisas vão acontecer”, “determine que o seu casamento vai ser restaurado”,
“decrete a sua vitória” (isso é paganismo). O certo é crer e obedecer a Palavra
de Deus. Razões porque eu não creio na confissão positiva:
a)
A
confissão positiva substitui a fé em Deus pela habilidade de ter fé em si
mesmo: O simples fato de confessar positivamente o que se crê faz com que o
desejo confessado aconteça. Devemos lembrar de que o termo “decreto” pertence
somente ao Senhor
b)
A
confissão positiva aniquila a soberania de Deus: Deus não depende das palavras dos homens
para agir. Deus é e sempre será Soberano. Soberania é o atributo pelo qual Deus
possui completa autoridade sobre todas as coisas criadas, determinando-lhe o
fim que desejar.
c)
A
confissão positiva enaltece o homem: Quando entendemos biblicamente
quem na realidade é o homem, ficamos sobremaneira conscientes de nossas falhas
e limitações. Quanto mais a confissão positiva enaltece o homem, mais vemos o
seu erro. A Bíblia nos mostra claramente que o homem nada é comparado ao Senhor
nosso Deus.
d)
A
confissão positiva dá mais valor a palavra falada do que às Escrituras: Onde fica a luta
de reformadores como Lutero? Muitos foram aqueles que lutaram para que hoje
tivéssemos a Palavra de Deus em nossas mãos. Muito sangue foi derramado para
que pudéssemos ler às Escrituras sem a interferência da vontade humana.
3.
Evangelho não é
teologia da prosperidade: Razões porque eu não creio na teologia da
prosperidade:
a) Porque a Bíblia afirma que não
posso servir a Deus e ao dinheiro: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque
ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará
ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24).
b) Porque o amor do dinheiro é raiz
de todos os males: “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os
males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram
com muitas dores” (1Tm
6.10).
c) Porque a teologia da prosperidade
não ensina o arrependimento de pecados, ensino este (arrependimento) que é
ordenado por Jesus: “e que em seu nome se pregasse arrependimento
para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” (Lc 24.47).
d) Porque a teologia da prosperidade
não me ensina estar contente: “Tendo sustento e com que nos vestir,
estejamos contentes” (1Tm
6.8).
II.
O que é o evangelho:
1.
Evangelho
não é moda ou diversão. No evangelho a renúncia é diária (Lc 9.23): “Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim,
a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.”
2.
Marcos
1.14-15 diz que Jesus começou seu ministério pregando o evangelho de Deus, uma
mensagem resumida em “o tempo está
cumprido, e o reino de Deus está próximo”.
3.
A
diferença entre o falso e o verdadeiro evangelho jaz no fato de que o falso
preocupa-se por demais em “ajudar” o homem (ele é antropocêntrico), suas bases
estão no egocentrismo e na egolatria, e o verdadeiro glorifica a Deus (é
cristocêntrico), seu centro de referência é Deus.
4.
O
verdadeiro evangelho ensina os homens a glorificarem a Deus, o falso evangelho
ensina os homens a se sentirem melhores.
5.
O
verdadeiro evangelho prega a salvação pela graça – o caminho de Deus ao homem.
O falso evangelho prega a salvação pelas obras – o caminho do homem a Deus. O
verdadeiro aborda Deus, o falso aborda o homem.
6.
Evangelho
não é apenas que tudo está bem conosco, mas também que a ira de Deus sobre nós
foi tirada pelo sangue de Jesus.
7.
Evangelho
não é apenas que Deus é amor. Deus também é justo e santo.
8.
Evangelho
não é apenas que Jesus quer ser nosso amigo. Jesus é o nosso único Senhor e
Salvador.
9.
O
Evangelho é sobre o que Cristo fez.
10.
Evangelho
é uma fé crescente, uma esperança firme e segura quanto ao que há de vir.
11.
As
boas novas sobre Jesus não é que consigamos apenas nos livrar do inferno
gratuitamente, mas que nós nos tornemos como o próprio Jesus e sejamos
capacitados a viver e reinar com ele eternamente no novo céu e na nova terra.
12.
Deus
nos chama a arrepender-nos de nossos pecados e crer somente em Cristo.
13.
Devemos
pregar a Lei e a Graça. A Lei mostra a doença. A Graça mostra o remédio.
14.
Ilustração: Nenhum médico
deve esconder a doença do paciente. E nenhum médico deve esconder o remédio do
doente.
15.
Rm
1.16: “Pois não me envergonho do
evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê...”.
Conclusão
e Aplicações:
1.
Renove o seu
compromisso de crer no verdadeiro evangelho: “O evangelho é a única esperança
para a humanidade. A igreja não pode substituir o evangelho por outra mensagem.
O propósito de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, em todo o mundo”
(Hernandes Dias Lopes).
2.
Renove o seu
compromisso de defender o verdadeiro evangelho: “Quanto a mim,
continuarei a defender o antigo evangelho, não posso fazer outra coisa. Se Deus
me ajudar, suportarei as consequências do que os homens julgam ser obstinação”
(Charles Spurgeon).
3.
Renove o seu
compromisso de pregar a cruz de Cristo: “O evangelho é Cristo crucificado, sua
obra consumada na cruz. E pregar o evangelho é apresentar Cristo publicamente
como crucificado. O evangelho não é, antes de mais nada, as boas novas de um
nenê na manjedoura, de um jovem numa banca de carpinteiro, de um pregador nos
campos da Galileia, ou mesmo de uma sepultura vazia. O evangelho trata de
Cristo na cruz. O evangelho só é pregado quando Cristo é 1publicamente exposto
na sua cruz’” (John Stott).
Nos laços do calvário que nos une,
Luciano Paes Landim.