quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Pastor, um missionário de tempo integral


Já perdi as contas de quantas vezes prometi a mim mesmo que não publicaria mais textos sobre missões, pois pareço um papagaio que diz sempre as mesmas coisas. Porém, constantemente me pego publicando pensamentos missionários. O fato é que presido a Sociedade de Apoio Evangelístico e Missionário (Missão SAEM), que atua há 13 anos no despertamento, capacitação, intercessão e sustento de missionários. É um trabalho simples que visa tão somente inculcar missões nos crentes (colocar na cabeça). O nosso propósito é incentivar os crentes a dobrarem os joelhos em oração pelos missionários, abrirem os bolsos e ajudar no sustento de missões e pregarem incansavelmente o evangelho.

Sou apenas um pastor de igreja local que sente nos ombros o peso de pregar fiel e expositivamente a Bíblia, administrar corretamente as ordenanças (batismo e Santa Ceia) e aplicar biblicamente a disciplina. Sei também que sou um missionário urbano, pois tenho que pregar, discipular, aconselhar, batizar, e etc. pessoas de minha cidade. É verdade que já viajei alguns Estados brasileiros, principalmente do Nordeste, e dois países, com o fim de pregar o evangelho, mas missionário de tempo integral sou mesmo onde moro (confesso que não entendo aqueles que querem evangelizar em lugares distantes, quando na verdade não evangelizam na própria cidade).

Quando pensei em plantar a congregação Boas Novas em São Sebastião/DF, disse que começaria do zero, isto é, somente com minha esposa e um amigo que estava sem igreja. Evangelizei algumas pessoas, batizei-as, discipulei-as e no final do ano teremos pela primeira vez a escolha de presbíteros e diáconos. Tenho amado o meu campo missionário. Entendo que missões não é viajar e voltar com as fotos para publicar nas redes sociais, mas ir e ficar, morar, viver com o povo que Deus nos confiou, pois o discipulado (o cerne da missão) só é possível com a convivência. Por essa razão é que digo: todo pastor é um missionário de tempo integral. Alguém que não tem rebanho não pode ser considerado pastor nem quem não está no campo missionário pode ser considerado missionário.

Agora, tenho desafiado a minha congregação a orar e a ofertar para missões, evangelizar em lugares próximos e distantes. Percebi que missões é umas das minhas paixões. Entretanto, tenho uma paixão que vem antes de missões - a igreja. Cristo morreu pela igreja. Cristo ama a igreja. Eu devo amar a igreja. Eu faço parte da igreja. Mas, antes de minha paixão pela igreja, tenho uma paixão por Cristo. E sei que quanto mais amor eu tiver por Cristo mais paixão terei pela igreja e por sua missão.

O meu desejo é ver igrejas saudáveis sendo plantadas nas cidades e campos, lugares próximos e distantes, ver missionários de tempo integral sendo mantidos e pastoreados, e tudo para a glória de Deus.

Nos laços do Calvário que nos une,

Luciano Paes Landim.

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